Solo Alcalino: Como Identificar e Corrigir o pH para Aumentar a Produtividade
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A acidificação do solo é um processo químico, natural ou induzido pelo manejo, que resulta na diminuição do pH da solução do solo, caracterizando-se pelo aumento da concentração de íons de Hidrogênio (H⁺) e, frequentemente, de Alumínio (Al³⁺). No contexto da agricultura tropical brasileira, a acidez é a regra e não a exceção. Devido às condições climáticas de intensa pluviosidade e altas temperaturas, os solos brasileiros sofrem um forte intemperismo e lixiviação (lavagem) das bases trocáveis, como Cálcio (Ca), Magnésio (Mg) e Potássio (K), deixando o solo naturalmente ácido e com baixa fertilidade original, como é típico nas regiões de Cerrado.
Além da formação geológica, a atividade agrícola intensiva atua como um acelerador desse processo. A extração de nutrientes pelas culturas nas colheitas, a decomposição da matéria orgânica e, principalmente, o uso contínuo de fertilizantes nitrogenados amoniacais contribuem para a liberação de H⁺ no sistema. Quando o pH atinge níveis muito baixos (geralmente inferiores a 5,5), ocorre a solubilização do Alumínio, que é extremamente tóxico para o sistema radicular das plantas, limitando o crescimento e a absorção de água e nutrientes.
Portanto, compreender a acidificação é o primeiro passo para construir a fertilidade do solo. Enquanto solos alcalinos exigem manejos para reduzir o pH, a realidade da maior parte das lavouras brasileiras exige a correção da acidez através da calagem. O objetivo prático não é apenas “subir o pH”, mas neutralizar o Alumínio tóxico e elevar a saturação por bases, criando um ambiente quimicamente equilibrado que maximize a eficiência dos fertilizantes aplicados e permita que a cultura expresse seu potencial produtivo.
pH em água geralmente inferior a 5,5 nas análises de solo.
Presença de Alumínio trocável (Al³⁺) em níveis tóxicos, inibindo o crescimento radicular.
Baixa Saturação por Bases (V%), indicando deficiência de cátions essenciais como Cálcio e Magnésio.
Alta capacidade de fixação de Fósforo (P), que fica retido em óxidos de ferro e alumínio, tornando-se indisponível para a planta.
Redução da atividade biológica do solo, afetando a decomposição de matéria orgânica e a ciclagem de nutrientes.
Predominância em regiões de clima úmido onde a precipitação excede a evapotranspiração.
A correção da acidez é realizada primordialmente pela calagem (aplicação de calcário), que deve ser calculada com base na análise de solo para elevar o pH e fornecer Ca e Mg.
Em solos ácidos, a eficiência da adubação NPK é drasticamente reduzida; sem correção prévia, grande parte do fertilizante investido é desperdiçada.
O sintoma visual clássico de toxidez por Alumínio nas raízes é o engrossamento e encurtamento das mesmas, o que deixa a planta muito mais suscetível a veranicos (seca).
A gessagem (uso de gesso agrícola) é uma técnica complementar importante para combater o Alumínio tóxico em profundidade (subsuperfície), mas não altera o pH do solo como o calcário.
A disponibilidade de micronutrientes metálicos (Ferro, Manganês, Zinco e Cobre) aumenta com a acidez, podendo atingir níveis tóxicos para as plantas em pH muito baixo.
O monitoramento periódico do pH é vital, pois a reacidificação é um processo contínuo no sistema de produção agrícola.
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