Artigos sobre Adjuvante Agrícola

O que é Adjuvante Agrícola

Um adjuvante agrícola é uma substância ou composto adicionado à calda de pulverização juntamente com os defensivos agrícolas (herbicidas, fungicidas ou inseticidas) ou fertilizantes foliares. É fundamental compreender que o adjuvante, por si só, não possui propriedades fitossanitárias, ou seja, ele não tem a capacidade direta de controlar pragas, doenças ou plantas daninhas. Sua função primordial é modificar as propriedades físico-químicas da calda para maximizar a performance e a eficácia do produto principal aplicado.

No contexto do agronegócio brasileiro, onde as condições climáticas podem ser adversas e a janela de aplicação muitas vezes é curta, o uso de adjuvantes torna-se uma ferramenta estratégica. Eles atuam facilitando a operação de aplicação e garantindo que o ingrediente ativo atinja o alvo desejado com a menor perda possível. Isso ocorre através da melhoria na cobertura foliar, na penetração do produto na cutícula da planta ou na correção de características da água utilizada na mistura.

A utilização correta dessas substâncias pode resultar em ganhos expressivos de produtividade e economia. Em determinados cenários de manejo de plantas daninhas, por exemplo, a adição do adjuvante adequado pode permitir a redução da dose do herbicida sem comprometer o controle, otimizando os custos de produção. Portanto, o adjuvante é o elo que conecta a tecnologia do produto químico à fisiologia da planta e à eficiência da máquina agrícola.

Principais Características

• Classificação Funcional: Dividem-se majoritariamente em dois grupos: ativadores (que aumentam a atividade do defensivo, como óleos e surfactantes) e modificadores de calda (que alteram propriedades físicas, como redutores de pH e antiespumantes).

• Redução da Tensão Superficial: Muitos adjuvantes, especialmente os surfactantes, quebram a tensão da gota de água, permitindo que ela se espalhe uniformemente sobre a folha, aumentando a área de contato e absorção.

• Ação Penetrante: Certos adjuvantes, como óleos vegetais e minerais, atuam dissolvendo ou amolecendo a camada cerosa das folhas e insetos, facilitando a entrada do ingrediente ativo.

• Controle de Deriva e Evaporação: Possuem a capacidade de padronizar o tamanho das gotas e protegê-las contra a evaporação rápida em dias quentes ou o carregamento pelo vento (deriva), garantindo que o produto chegue ao alvo.

• Compatibilidade de Mistura: Atuam como agentes que facilitam a mistura de diferentes produtos no tanque, evitando reações indesejadas, precipitação ou formação de grumos que podem entupir bicos.

Importante Saber

• Especificidade de Uso: Não existe um “adjuvante universal”. A escolha deve ser técnica, baseada no tipo de defensivo (sistêmico ou de contato), nas condições climáticas do momento da aplicação e nas características da cultura ou alvo biológico.

• Produtos de Contato: O uso de adjuvantes é crítico para defensivos de ação de contato, que exigem cobertura total da superfície foliar para funcionarem adequadamente; sem um bom espalhante, a eficácia desses produtos cai drasticamente.

• Impacto Econômico: A escolha correta pode gerar economia direta. Estudos indicam que, em alguns casos, o uso assertivo de adjuvantes permite reduzir doses de herbicidas em mais de 50% mantendo a eficiência do controle.

• Ordem de Adição: Embora facilitem a mistura, a ordem de adição dos produtos no tanque (incluindo o momento de inserir o adjuvante) deve seguir rigorosamente as recomendações agronômicas para evitar incompatibilidades químicas.

• Riscos de Fitotoxicidade: O uso indiscriminado ou a dosagem incorreta de certos adjuvantes, especialmente óleos em altas temperaturas, pode causar queimaduras nas folhas (fitotoxicidade), prejudicando o desenvolvimento da lavoura.