Níquel nas Plantas: Guia Essencial sobre Funções, Sintomas e Adubação
Níquel nas plantas: veja o que é, quais são as funções, como identificar sintomas de deficiência e toxidez e mais!
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A adubação com níquel refere-se ao manejo e fornecimento deste micronutriente essencial para o desenvolvimento das plantas, sendo o último elemento a ser incluído oficialmente na lista de nutrientes indispensáveis para a agricultura. Embora as plantas necessitem de quantidades extremamente pequenas de níquel, sua presença é obrigatória para completar o ciclo de vida vegetal, da germinação à produção de sementes. No contexto do agronegócio brasileiro, a atenção a este elemento tem crescido devido à sua relação direta com o metabolismo do nitrogênio, especialmente em culturas de alta produtividade como a soja.
Fisiologicamente, o níquel atua como um componente estrutural vital de enzimas específicas, como a urease e a hidrogenase. A urease é responsável por quebrar a ureia dentro das células vegetais; sem níquel suficiente, a ureia se acumula em níveis tóxicos, causando necrose nos tecidos foliares. Além disso, o níquel é fundamental para o processo de Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN) em leguminosas, influenciando diretamente a eficiência das bactérias fixadoras e, consequentemente, a produtividade da lavoura.
A prática de adubação com este elemento deve ser criteriosa, pois o níquel é classificado quimicamente como um metal pesado. O objetivo agronômico é manter os níveis dentro de uma faixa ideal que atenda às necessidades metabólicas da planta sem atingir níveis de fitotoxidez. A absorção ocorre pelas raízes via difusão passiva ou transporte ativo, e o elemento apresenta alta mobilidade dentro da planta, sendo facilmente redistribuído das folhas velhas para órgãos jovens e grãos durante a fase de enchimento.
Essencialidade comprovada: O níquel é insubstituível; nenhum outro nutriente pode desempenhar suas funções metabólicas, tornando-o obrigatório para que a planta complete seu ciclo.
Ativação enzimática: É o cofator central da enzima urease (que degrada a ureia) e das hidrogenases, essenciais para o metabolismo do nitrogênio.
Alta mobilidade no floema: O nutriente move-se facilmente dentro da planta, sendo translocado de tecidos senescentes para tecidos em crescimento ativo e sementes (até 70% pode ser transferido na soja).
Absorção radicular: As plantas absorvem o níquel do solo através de processos de difusão passiva (sem gasto de energia) e transporte ativo (com gasto de energia).
Interação com a FBN: Desempenha papel crucial na eficiência da fixação biológica de nitrogênio em leguminosas, potencializando o aproveitamento deste macronutriente.
A deficiência de níquel causa o acúmulo de ureia nas folhas, resultando em necrose severa nas pontas das folhas (“queima”), pois a enzima urease deixa de funcionar corretamente.
Sintomas visuais de carência incluem o fenômeno “orelha de rato” (folhas arredondadas e escuras em nogueiras), clorose, redução do tamanho das folhas e crescimento anormal da planta.
O diagnóstico visual pode ser difícil, pois a clorose causada pela falta de níquel é facilmente confundida com deficiências de outros nutrientes; a necrose de ponta é um indicativo mais específico em certas culturas.
Existe um risco real de toxidez: o excesso de níquel no solo ou na adubação pode inibir a absorção de ferro e zinco, causando clorose intervenal e redução do sistema radicular.
A toxidez por níquel é frequentemente diagnosticada erroneamente como deficiência de ferro ou manganês, exigindo análise técnica cuidadosa para diferenciação.
Em culturas anuais como a soja, a demanda por níquel aumenta nas fases reprodutivas, onde o nutriente é remobilizado intensamente para a formação dos grãos.
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