Artigos sobre Adubação da Soja

O que é Adubação Da Soja

A adubação da soja consiste no manejo nutricional estratégico realizado para suprir as demandas fisiológicas da cultura, visando atingir altos tetos produtivos e garantir a rentabilidade da lavoura. No contexto brasileiro, essa prática é indispensável devido às características dos solos tropicais, que são naturalmente intemperizados, ácidos e com baixa fertilidade natural. O processo não se resume apenas à aplicação de fertilizantes no momento do plantio, mas engloba um planejamento que considera a correção do solo (calagem e gessagem), a reposição de nutrientes exportados pelos grãos e a manutenção da fertilidade do sistema a longo prazo.

Para ser eficiente, a adubação da soja deve basear-se no conceito de nutrição balanceada, fornecendo macro e micronutrientes na quantidade correta e no momento exato em que a planta mais necessita, respeitando a marcha de absorção da cultura. A estratégia envolve o uso de tecnologias como a inoculação para o fornecimento de nitrogênio, a aplicação de base com foco em fósforo e potássio, e o monitoramento constante através de análises de solo e foliares. O objetivo final é fortalecer a planta contra estresses bióticos (pragas e doenças) e abióticos, resultando em grãos com maior peso e qualidade.

Principais Características

• Dependência da Fixação Biológica (FBN): Diferente de outras culturas, a principal fonte de Nitrogênio (o nutriente mais demandado) para a soja não é a adubação mineral, mas sim a simbiose com bactérias do gênero Bradyrhizobium via inoculação das sementes.

• Alta Exigência de Potássio e Fósforo: O Fósforo (P) é fundamental para o estabelecimento inicial e enraizamento, enquanto o Potássio (K) é o segundo nutriente mais absorvido, impactando diretamente o peso e a qualidade do grão.

• Micronutrientes Específicos: A cultura possui alta sensibilidade à falta de Cobalto (Co) e Molibdênio (Mo), pois estes elementos são essenciais para o funcionamento das bactérias responsáveis pela fixação do nitrogênio.

• Marcha de Absorção Definida: A soja possui picos específicos de demanda nutricional; por exemplo, a absorção de potássio se intensifica até o estádio de enchimento de grãos (R5.5 a R6), exigindo disponibilidade prévia no solo.

• Mobilidade dos Nutrientes: A maioria das deficiências de macronutrientes (N, P, K) manifesta-se primeiro nas folhas mais velhas (baixeiro), pois a planta realoca esses elementos para os tecidos novos em crescimento.

Importante Saber

• Correção do Solo é Pré-requisito: Antes de investir em adubos solúveis caros, é mandatório corrigir a acidez do solo através da calagem, pois o pH inadequado bloqueia a absorção da maioria dos nutrientes.

• Diagnóstico Visual vs. Análise: Sintomas visíveis de deficiência, como clorose (amarelamento) ou necrose, indicam que a planta já sofreu danos irreversíveis na produtividade; a análise foliar é a ferramenta preventiva ideal para ajustes finos.

• Adubação Foliar é Complementar: A aplicação via folha serve para corrigir deficiências pontuais de micronutrientes ou fornecer bioestimulantes, não substituindo a adubação de base via solo para macronutrientes.

• Exportação de Nutrientes: O cálculo da adubação deve considerar não apenas o que a planta precisa para crescer (extração), mas principalmente o que é removido da lavoura na colheita (exportação) para evitar o empobrecimento do solo.

• Sintomas de Deficiência de Potássio: Fique atento ao amarelamento nas bordas das folhas mais velhas que evolui para o centro; a falta deste nutriente resulta em grãos enrugados, deformados e leves.