O que é Adubação Do Feijão

A adubação do feijão consiste no conjunto de práticas de manejo nutricional voltadas para suprir as demandas da cultura do feijoeiro (Phaseolus vulgaris) durante seu ciclo de desenvolvimento. No contexto do agronegócio brasileiro, onde o feijão é cultivado em diferentes épocas (águas, seca e inverno) e sistemas de produção, a adubação correta é determinante para a rentabilidade, visto que a planta possui um sistema radicular superficial e um ciclo relativamente curto, exigindo disponibilidade imediata e equilibrada de nutrientes.

O processo não se resume apenas à aplicação de fertilizantes químicos minerais, mas engloba um planejamento que começa com a análise de solo e considera o histórico da área. Uma estratégia moderna e eficiente de adubação para esta cultura inclui também a adubação biológica, realizada através da inoculação de sementes com bactérias fixadoras de nitrogênio. O objetivo é maximizar a produtividade por hectare, garantindo que a planta tenha vigor para resistir a estresses e encher os grãos, sem desperdício de insumos.

Principais Características

  • Dependência de Análise de Solo: A definição das doses de fertilizantes não segue uma receita única; ela varia conforme a fertilidade atual do talhão, o teor de argila e a matéria orgânica presente.

  • Alta Exigência de Nitrogênio (N) e Fósforo (P): Estes são os macronutrientes mais limitantes para a cultura. O fósforo é crucial para o enraizamento inicial, enquanto o nitrogênio sustenta o crescimento vegetativo e a produção de grãos.

  • Uso de Inoculação e Co-inoculação: Caracteriza-se pelo uso de bactérias como Rhizobium tropici e Azospirillum brasilense. Essa prática fornece nitrogênio de forma biológica, podendo substituir parte significativa da adubação nitrogenada mineral.

  • Parcelamento da Adubação: Devido ao ciclo curto e à alta demanda em fases específicas, a adubação nitrogenada geralmente é dividida entre o plantio e a cobertura (aplicada quando a planta emite as primeiras folhas trifolioladas).

  • Influência do Sistema de Cultivo: A quantidade e o tipo de adubo variam se o plantio é feito em sistema convencional ou plantio direto, e dependem da cultura antecessora (rotação de culturas) que pode ter deixado resíduos nutricionais no solo.

Importante Saber

  • Economia com Biológicos: A prática da inoculação pode reduzir em até 75% a necessidade de adubos nitrogenados químicos e diminuir os custos de produção em cerca de 12%, mantendo ou elevando a produtividade.

  • Janela de Aplicação: A adubação de cobertura deve ser feita no momento certo (geralmente entre 15 a 25 dias após a emergência), pois atrasos podem não ser recuperados devido à rapidez do ciclo da cultura.

  • Correção do Solo: A adubação perde eficiência em solos ácidos ou compactados. A calagem (correção de pH) e a descompactação são pré-requisitos para que as raízes consigam absorver os nutrientes aplicados.

  • Sinergia com Tratamento de Sementes: A adubação biológica (inoculação) deve ser compatível com o tratamento químico de sementes (fungicidas/inseticidas) para garantir que as bactérias benéficas sobrevivam e realizem a fixação de nitrogênio.

  • Impacto da Rotação: O cultivo anterior de gramíneas (como milho) pode exigir uma dose inicial de nitrogênio maior no feijão para compensar a imobilização temporária desse nutriente pela palhada em decomposição.

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