O que é Adubação Potássica

A adubação potássica é uma prática de manejo nutricional fundamental no agronegócio brasileiro, consistindo no fornecimento de potássio (K) ao solo para suprir a demanda das culturas agrícolas. Sendo o segundo macronutrientes mais exigido pela maioria das plantas, atrás apenas do nitrogênio, o potássio desempenha papéis vitais na fisiologia vegetal, atuando diretamente na regulação da abertura e fechamento dos estômatos (controle hídrico), na ativação de mais de 60 enzimas e no transporte de açúcares para o enchimento de grãos e frutos.

No contexto dos solos brasileiros, que frequentemente apresentam intemperismo acentuado ou características arenosas, a disponibilidade natural deste nutriente pode ser insuficiente para atingir altas produtividades. A adubação potássica visa corrigir essas deficiências e repor o nutriente exportado na colheita. O manejo deve ser estratégico, considerando que o potássio é um cátion (K+) móvel no solo, sujeito a perdas por lixiviação em áreas arenosas, e que o excesso de aplicação no sulco de plantio pode causar salinidade, prejudicando a germinação das sementes.

Para garantir a eficiência agronômica, a aplicação é frequentemente dividida entre a adubação de base (no plantio) e a adubação de cobertura. Essa estratégia é essencial para culturas de alta demanda, como a soja e o milho, garantindo que o nutriente esteja disponível nas fases críticas de desenvolvimento, como o florescimento e o enchimento de grãos, maximizando assim a qualidade do produto final e a resistência da lavoura a estresses bióticos e abióticos.

Principais Características

  • Alta Mobilidade na Planta: O potássio é altamente móvel dentro dos tecidos vegetais, o que permite sua translocação das folhas mais velhas para as mais novas e para os órgãos de reserva (grãos e frutos).

  • Regulação Osmótica e Hídrica: É o principal nutriente responsável pelo controle da turgidez celular e pelo funcionamento dos estômatos, aumentando a eficiência do uso da água e a resistência à seca.

  • Interação com Outros Cátions: No complexo de troca do solo, o potássio compete pelos mesmos sítios de absorção que o Cálcio (Ca) e o Magnésio (Mg), exigindo equilíbrio na relação K/Ca/Mg para evitar deficiências induzidas.

  • Fontes de Fertilizantes: As fontes mais comuns utilizadas na agricultura incluem o Cloreto de Potássio (KCl), que possui alta concentração de K, e o Sulfato de Potássio (K₂SO₄), utilizado em culturas sensíveis ao cloro.

  • Mobilidade no Solo: Embora menos móvel que o nitrogênio, o potássio pode sofrer lixiviação (ser lavado para camadas profundas) em solos com baixa Capacidade de Troca de Cátions (CTC), especialmente os de textura arenosa.

Importante Saber

  • Parcelamento da Dose: Devido ao alto índice salino de fontes como o Cloreto de Potássio, recomenda-se parcelar a aplicação (parte na base, parte em cobertura) para evitar danos às sementes e raízes jovens, além de reduzir perdas por lixiviação.

  • Sintomas de Deficiência: A carência manifesta-se inicialmente como clorose (amarelamento) e necrose nas bordas das folhas mais velhas (baixeiro); na soja, pode causar retenção foliar, haste verde e maturação desuniforme.

  • Exportação de Nutrientes: A soja é uma grande exportadora de potássio (cerca de 20 kg de K₂O por tonelada de grão), o que exige reposição constante para evitar o esgotamento da fertilidade do solo a longo prazo.

  • Fome Oculta: Antes dos sintomas visuais aparecerem, a planta pode sofrer redução no ritmo de crescimento devido à falta de potássio, impactando o potencial produtivo sem aviso prévio visual.

  • Cultivares Indeterminadas: Em variedades de soja com crescimento indeterminado, a deficiência pode se manifestar no terço superior da planta, pois o nutriente é drenado para o enchimento das vagens do baixeiro.

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