O que é Adubo De Plantio

O adubo de plantio, tecnicamente referido como adubação de semeadura ou adubação de base, consiste na aplicação de fertilizantes no solo simultaneamente à operação de semeadura da cultura. No contexto agronômico brasileiro, esta prática é determinante para o sucesso do estabelecimento da lavoura, visando fornecer os nutrientes essenciais para o desenvolvimento inicial do sistema radicular e o vigor das plântulas logo após a germinação. Diferente da adubação de correção (como a calagem, feita meses antes) ou da adubação de cobertura (realizada com a planta já em estágios vegetativos avançados), o adubo de plantio tem como objetivo a disponibilidade imediata e localizada de nutrientes.

A formulação utilizada no plantio é geralmente composta pelos macronutrientes primários: Nitrogênio (N), Fósforo (P) e Potássio (K), variando as proporções conforme a necessidade específica da cultura e a análise de solo da gleba. Em solos tropicais, como os predominantes no Brasil, o adubo de plantio desempenha um papel crucial no fornecimento de Fósforo. Como os solos brasileiros tendem a “fixar” o fósforo (tornando-o indisponível), a aplicação localizada no sulco de plantio, próxima à semente, permite que as raízes jovens acessem esse nutriente vital para o crescimento e perfilhamento, sem que ele seja perdido para as argilas do solo.

Para culturas de inverno como o triticale, ou culturas de verão como soja e milho, a estratégia de adubação de plantio deve ser meticulosamente calculada. O objetivo é suprir a demanda nutricional de arranque sem causar danos à semente por excesso de sais. Uma adubação de plantio bem executada resulta em um estande de plantas uniforme, maior resistência a estresses iniciais (como veranicos ou frio) e acelera o fechamento das entrelinhas, contribuindo para o controle cultural de plantas daninhas e para a construção da produtividade final.

Principais Características

  • Localização Estratégica: O fertilizante é depositado no sulco de semeadura, geralmente posicionado ligeiramente abaixo e ao lado da semente (conhecido como “adubação no sulco”), para facilitar a interceptação pelas raízes em crescimento.
  • Foco em Fósforo (P): Devido à baixa mobilidade do fósforo no solo, o adubo de plantio é a principal via de fornecimento deste nutriente, essencial para a formação de raízes e transferência de energia na planta.
  • Formulação NPK: A maioria dos adubos de plantio são misturas de grânulos ou fórmulas complexas contendo Nitrogênio, Fósforo e Potássio, balanceados para a fase inicial da cultura.
  • Solubilidade Adequada: Os fertilizantes utilizados devem possuir solubilidade compatível com a necessidade de absorção rápida pelas plântulas nas primeiras semanas de vida.
  • Dependência da Análise de Solo: A quantidade e a fórmula do adubo são determinadas pelos teores de nutrientes já presentes no solo e pela expectativa de produtividade, visando elevar ou manter a fertilidade.

Importante Saber

  • Efeito Salino: É fundamental ter cautela com a quantidade de Nitrogênio e Potássio (especialmente Cloreto de Potássio) aplicados diretamente no sulco, pois o excesso de sais pode desidratar a semente e “queimar” a radícula, reduzindo a germinação.
  • Regulagem de Máquinas: A semeadora-adubadora deve estar perfeitamente calibrada para distribuir a dose exata de adubo por hectare, evitando faixas de superdosagem ou subdosagem que causam desuniformidade na lavoura.
  • Não Substitui a Correção: O adubo de plantio é focado em nutrição, não em correção de pH. A calagem e a gessagem para neutralizar alumínio tóxico e corrigir acidez devem ser feitas previamente para garantir a eficiência do adubo de plantio.
  • Mobilidade dos Nutrientes: Enquanto o Fósforo deve ser aplicado no plantio por ser imóvel, o Nitrogênio e o Potássio, que são mais móveis e sujeitos a perdas por lixiviação, muitas vezes têm suas doses parceladas entre o plantio e a cobertura.
  • Impacto no Perfilhamento: Em cereais de inverno como trigo e triticale, a disponibilidade adequada de nutrientes no plantio é determinante para definir o número de perfilhos férteis, o que impacta diretamente o número de espigas por metro quadrado na colheita.
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