O que é Adubo Organomineral

O adubo organomineral é uma tecnologia de fertilização que combina, em um mesmo grânulo ou mistura, fontes de nutrientes minerais (como ureia, MAP, DAP e cloreto de potássio) com uma matriz orgânica (como turfa, cama de frango, torta de filtro ou compostos de resíduos agroindustriais). O objetivo principal dessa fusão é aproveitar a sinergia entre os dois componentes: a alta concentração e solubilidade dos minerais com os benefícios condicionadores e biológicos da matéria orgânica. No Brasil, esse tipo de insumo é regulamentado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que estabelece garantias mínimas de nutrientes e de carbono orgânico.

A fração orgânica desempenha um papel fundamental ao envolver os nutrientes minerais, funcionando como um agente quelante ou complexante. Isso protege os nutrientes de reações indesejadas no solo, como a fixação do fósforo (muito comum em solos tropicais ácidos) e a lixiviação do potássio ou volatilização do nitrogênio. Dessa forma, o adubo organomineral busca aumentar a eficiência agronômica da adubação, entregando mais nutrientes à planta com menores perdas para o ambiente.

Além do fornecimento direto de NPK e micronutrientes, o uso contínuo de organominerais contribui para a melhoria pontual da qualidade do solo na região da rizosfera (raízes). A presença de carbono orgânico estimula a atividade microbiológica local, favorece a retenção de umidade e melhora a CTC (Capacidade de Troca Catiônica) no microambiente onde o adubo foi aplicado, criando condições mais favoráveis para o desenvolvimento radicular e absorção de água e nutrientes.

Principais Características

  • Aumento da Eficiência do Fósforo: A matéria orgânica reduz o contato do fósforo solúvel com os óxidos de ferro e alumínio do solo, diminuindo a fixação e deixando o nutriente disponível por mais tempo.
  • Redução de Perdas de Nitrogênio: A matriz orgânica ajuda a reter o nitrogênio, diminuindo significativamente as perdas por volatilização da amônia e lixiviação de nitratos.
  • Liberação Gradual: Proporciona uma disponibilização mais sincronizada dos nutrientes com a demanda fisiológica das culturas ao longo do ciclo, evitando picos de salinidade.
  • Estímulo Biológico: O carbono orgânico serve como fonte de energia para microrganismos benéficos do solo, potencializando a ciclagem de nutrientes.
  • Melhoria da CTC: Possui alta Capacidade de Troca Catiônica por unidade de volume, o que ajuda a reter cátions importantes como Cálcio, Magnésio e Potássio.
  • Uniformidade de Aplicação: Geralmente comercializado na forma granulada ou peletizada, facilita o manejo e a regulagem das plantadeiras, permitindo distribuição uniforme.

Importante Saber

  • Legislação e Garantias: Para ser classificado como organomineral, o produto deve atender às normativas do MAPA quanto aos teores mínimos de carbono orgânico (geralmente acima de 8%) e de macronutrientes declarados.
  • Origem da Matéria Orgânica: A qualidade do adubo depende diretamente da fonte orgânica utilizada (turfa, dejetos animais compostados, lodo de esgoto tratado, etc.). É importante conhecer a procedência para evitar contaminantes ou metais pesados.
  • Relação Custo-Benefício: Embora o custo por tonelada possa ser superior ao do adubo mineral convencional, a análise deve focar no custo por unidade de nutriente efetivamente absorvido pela planta e no potencial produtivo.
  • Compatibilidade de Manejo: Pode ser aplicado nos mesmos equipamentos utilizados para fertilizantes minerais, sem necessidade de adaptações mecânicas nas semadoras ou distribuidores.
  • Sustentabilidade: A produção de organominerais frequentemente utiliza passivos ambientais (resíduos da agroindústria) como matéria-prima, promovendo a economia circular no agronegócio.
  • Umidade e Armazenamento: Devido à fração orgânica, esses adubos podem ser higroscópicos (absorver umidade do ar). O armazenamento deve ser feito em local seco e arejado para evitar o “empedramento” ou degradação física dos grânulos.
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