O que é Adubos Organicos Como Fazer

A produção de adubos orgânicos na propriedade rural refere-se ao processo técnico de transformação de resíduos animais (estercos) e vegetais (palhadas, restos de cultura, podas) em um composto estabilizado, rico em nutrientes e matéria orgânica. No contexto agronômico brasileiro, a técnica mais difundida para este fim é a compostagem, um processo biológico aeróbio controlado que acelera a decomposição da matéria-prima, eliminando patógenos e sementes de plantas daninhas através do calor gerado naturalmente pela atividade microbiana.

Saber como fazer adubos orgânicos é uma estratégia fundamental para a redução de custos com insumos químicos e para a melhoria da qualidade do solo. O processo envolve o empilhamento de materiais em camadas ou leiras, buscando uma relação equilibrada entre Carbono (material fibroso/seco) e Nitrogênio (estercos/material verde). Além da compostagem tradicional, existem métodos como a vermicompostagem (uso de minhocas), o Bokashi (fermentação anaeróbia ou aeróbia com microrganismos eficazes) e a produção de biofertilizantes líquidos enriquecidos.

A aplicação prática no campo exige planejamento do local (pátio de compostagem), monitoramento constante de temperatura e umidade, e revolvimento da massa orgânica. O objetivo final é obter um produto humificado, que atue não apenas como fornecedor de macro e micronutrientes, mas também como condicionador de solo, melhorando a retenção de água, a aeração e a atividade biológica, fatores cruciais para a produtividade em climas tropicais.

Principais Características

  • Relação Carbono/Nitrogênio (C/N): O sucesso do processo depende do equilíbrio inicial, geralmente buscando uma relação próxima de 30:1, misturando materiais ricos em carbono (palha, serragem) com fontes de nitrogênio (esterco, leguminosas).
  • Fase Termofílica: Durante a decomposição ativa, a temperatura da leira deve atingir entre 55°C e 65°C, condição essencial para a higienização do composto (eliminação de patógenos e inativação de sementes de invasoras).
  • Necessidade de Aeração: Como a maioria dos processos é aeróbia, é indispensável o revolvimento mecânico ou manual das pilhas para fornecer oxigênio aos microrganismos decompositores e evitar a putrefação (mau cheiro).
  • Controle de Umidade: O material deve manter uma umidade entre 50% e 60%; o excesso de água causa anaerobiose e lixiviação de nutrientes (chorume), enquanto a falta de água paralisa a atividade microbiana.
  • Estabilização e Maturação: O produto final deve apresentar cor escura, cheiro de terra molhada, temperatura ambiente e estabilidade química, indicando que a matéria orgânica foi humificada e está pronta para uso seguro.

Importante Saber

  • Localização do Pátio: A área de produção deve ser plana ou levemente inclinada para evitar acúmulo de água, longe de cursos d’água para prevenir contaminação e de fácil acesso para maquinário agrícola.
  • Riscos de Fitotoxicidade: A aplicação de adubo orgânico “cru” ou não totalmente curado pode causar queima nas raízes das plantas devido à liberação de gases tóxicos e aquecimento no solo, além de “roubar” nitrogênio da cultura (imobilização).
  • Restrições de Materiais: Não se deve utilizar na compostagem restos de plantas doentes (para evitar disseminação de pragas), fezes de animais domésticos (cães e gatos) ou materiais com excesso de gordura e carne, que atraem vetores indesejados.
  • Enriquecimento Mineral: É possível adicionar pós de rocha (rochagem), gesso ou fosfatos naturais durante a montagem das leiras para potencializar o teor nutricional do adubo final, criando um organomineral de fabricação própria.
  • Análise Laboratorial: Antes de aplicar o adubo produzido em larga escala, recomenda-se realizar uma análise química do composto para determinar os teores reais de NPK e ajustar a adubação conforme a necessidade da cultura.
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