O que é Agrotis Ipsilon

A Agrotis ipsilon, popularmente conhecida no Brasil como lagarta-rosca, é uma das pragas mais significativas e polífagas do sistema agrícola nacional. Trata-se de um inseto da ordem Lepidoptera que, em sua fase larval, ataca uma vasta gama de culturas de importância econômica, como soja, milho, algodão e feijão. Sua relevância se deve ao fato de ser uma praga de solo que atua principalmente nos estágios iniciais do desenvolvimento das plantas, possuindo a capacidade de comprometer severamente o estande da lavoura logo após a emergência, o que pode exigir o replantio e gerar prejuízos econômicos consideráveis.

O comportamento desta espécie é predominantemente noturno e subterrâneo. Durante o dia, as lagartas permanecem abrigadas sob a superfície do solo ou sob a palhada, protegendo-se da radiação solar e de predadores naturais. À noite, emergem para se alimentar, cortando as plântulas rente ao solo, característica que lhe confere o nome em inglês de “cutworm” (lagarta-cortadeira). No contexto do agronegócio brasileiro, onde o sistema de plantio direto é amplamente difundido, a presença de cobertura vegetal e umidade no solo favorece a sobrevivência e a proliferação deste inseto, tornando o manejo preventivo essencial.

Principais Características

  • Morfologia da larva: Apresenta coloração que varia do marrom ao cinza-escuro, com corpo robusto, linhas longitudinais mais claras no dorso e pequenos tubérculos (pontos pretos salientes) em cada segmento.

  • Hábito de defesa: O nome popular “rosca” deriva de seu comportamento característico de se enrolar sobre si mesma, formando um círculo, quando se sente ameaçada ou está em repouso.

  • Tamanho: As lagartas passam por diversos ínstares e, em sua fase final de desenvolvimento, podem atingir até 50 mm de comprimento, momento em que causam os maiores danos.

  • Fase adulta: Após a pupação no solo, o inseto emerge como uma mariposa de hábitos noturnos, com envergadura entre 35 mm e 50 mm e asas anteriores de coloração marrom-acinzentada.

  • Ciclo biológico: O ciclo de vida completo dura entre 34 e 64 dias, dependendo das condições de temperatura e umidade, sendo que a fase larval (período de dano) se estende por 20 a 40 dias.

Importante Saber

  • Janela de dano crítico: O ataque é mais severo e prejudicial na fase inicial da cultura, desde a emergência até o perfilhamento ou início do florescimento, quando o corte do caule é fatal para a planta.

  • Voracidade: Uma única lagarta em estágio avançado é capaz de cortar e derrubar várias plantas em uma única noite, causando falhas em reboleiras na lavoura.

  • Sintomatologia: Além do tombamento clássico (corte na base), o ataque pode causar o sintoma de “coração morto” em plantas um pouco mais desenvolvidas, onde a lagarta perfura a base e atinge o ponto de crescimento.

  • Influência do ambiente: Solos com alta umidade e grande volume de matéria orgânica ou palhada favorecem o desenvolvimento da praga, exigindo maior atenção em áreas de plantio direto.

  • Hospedeiros alternativos: Plantas daninhas presentes na área antes da semeadura funcionam como hospedeiras, permitindo que a praga sobreviva e ataque a cultura principal logo após a emergência.

  • Monitoramento: A identificação da praga exige vistoria técnica específica, revolvendo o solo ao redor de plantas cortadas para localizar as lagartas, já que elas raramente são vistas sobre as folhas durante o dia.

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