Biotecnologia no Algodão: Tecnologia Bt contra Spodoptera e Helicoverpa
Biotecnologia no algodão: como novas cultivares Bt podem ser eficientes e trazer resultados mais positivos à produção
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O Algodão Bt refere-se a cultivares de algodoeiro geneticamente modificadas que receberam genes da bactéria de solo Bacillus thuringiensis. Essa biotecnologia confere à planta a capacidade de produzir, em seus próprios tecidos, proteínas cristalinas com ação inseticida específica. Quando lagartas-alvo se alimentam das folhas ou estruturas reprodutivas da planta, ingerem essas proteínas, que se ligam a receptores no intestino do inseto, causando sua morte. No Brasil, essa tecnologia é uma ferramenta essencial no Manejo Integrado de Pragas (MIP), especialmente em grandes áreas de cultivo onde a pressão de insetos é intensa.
A principal função do Algodão Bt é oferecer proteção contra pragas da ordem Lepidoptera, com destaque para a lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda) e a lagarta Helicoverpa armigera, que causam prejuízos severos à produtividade e à qualidade da fibra. Ao manter uma defesa ativa durante todo o ciclo da cultura, a tecnologia visa reduzir as perdas causadas pelo ataque direto aos botões florais e às maçãs do algodão. Embora represente um avanço significativo, o Algodão Bt não é uma solução isolada, mas sim parte de um sistema complexo de manejo que busca a sustentabilidade econômica e ambiental da cotonicultura brasileira.
Expressão contínua de proteínas inseticidas em diversos tecidos da planta, garantindo proteção 24 horas por dia durante o ciclo.
Alta especificidade no controle de lagartas, atuando principalmente contra pragas desfolhadoras e que atacam as estruturas reprodutivas.
Redução significativa na necessidade e na frequência de pulverizações de inseticidas químicos para o controle das pragas-alvo.
Preservação do potencial produtivo e da qualidade da pluma, minimizando danos diretos nas maçãs do algodoeiro.
Tecnologia aprovada pela CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança), com diferentes gerações de eventos transgênicos disponíveis para atender às necessidades regionais.
A tecnologia Bt não controla todas as pragas do algodão; insetos sugadores (como mosca-branca e percevejos) e o bicudo-do-algodoeiro continuam exigindo monitoramento e controle químico específico.
O plantio de áreas de refúgio (com sementes não-Bt) é uma prática obrigatória e indispensável para evitar ou retardar a seleção de lagartas resistentes à tecnologia.
O investimento inicial em sementes Bt é mais elevado em comparação às convencionais, devendo o produtor calcular o retorno baseado na economia operacional e de defensivos.
O monitoramento de pragas deve continuar mesmo em lavouras Bt para identificar possíveis falhas de controle ou surtos de pragas secundárias.
A biotecnologia contribui para a segurança no trabalho e preservação ambiental, reduzindo o volume total de calda aplicada e a exposição dos operadores a produtos fitossanitários.
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