Artigos sobre Alimento Transgenico Faz Mal

O que é Alimento Transgenico Faz Mal

A dúvida sobre se o alimento transgênico faz mal é uma questão recorrente entre consumidores e produtores, mas, sob a ótica da ciência agronômica e da biossegurança, a resposta baseia-se em evidências técnicas sólidas. No contexto das culturas Bt (como milho, soja e algodão citados no material de referência), a modificação genética envolve a inserção de genes da bactéria Bacillus thuringiensis para que a planta produza proteínas específicas que controlam insetos-praga. Estudos extensivos e avaliações de órgãos reguladores globais e nacionais, como a CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) no Brasil, indicam que os alimentos transgênicos aprovados para comercialização são seguros para consumo humano e animal.

O princípio fundamental que garante essa segurança é a especificidade biológica. As proteínas Bt expressas nessas plantas são tóxicas apenas para insetos com pH intestinal alcalino e receptores específicos em seu trato digestivo. Seres humanos e outros mamíferos possuem pH estomacal ácido e não têm esses receptores, o que faz com que essas proteínas sejam digeridas como qualquer outra proteína alimentar, sem causar danos. Portanto, a afirmação de que o alimento faz mal não encontra respaldo científico nos eventos transgênicos atualmente liberados no mercado brasileiro.

No entanto, é crucial diferenciar o risco à saúde humana do risco agronômico. Enquanto a segurança alimentar é atestada, o “mal” que pode ocorrer no sistema produtivo está relacionado ao manejo inadequado da tecnologia. O uso contínuo sem a adoção de áreas de refúgio pode levar à seleção de pragas resistentes, inutilizando a tecnologia. Assim, no agronegócio, a preocupação central não é a toxicidade do alimento, mas sim a sustentabilidade da ferramenta biotecnológica a longo prazo.

Principais Características

• Especificidade da Proteína Bt: A tecnologia atua exclusivamente sobre as pragas-alvo (como lagartas), não afetando a saúde de humanos, animais domésticos ou fauna benéfica, devido à ausência de receptores biológicos nesses organismos.
• Equivalência Substancial: Agronomicamente e nutricionalmente, os alimentos transgênicos são considerados equivalentes aos seus pares convencionais, possuindo os mesmos níveis de nutrientes, vitaminas e minerais.
• Redução de Micotoxinas: Em culturas como o milho Bt, o controle eficaz de insetos reduz as feridas na espiga, diminuindo a incidência de fungos produtores de micotoxinas, o que resulta em um grão de melhor qualidade sanitária.
• Rigoroso Processo de Aprovação: No Brasil, qualquer organismo geneticamente modificado (OGM) passa por anos de testes de biossegurança alimentar e ambiental antes de ser liberado pela CTNBio para plantio e consumo.
• Redução de Defensivos Químicos: O uso dessa tecnologia permite diminuir a aplicação de inseticidas sintéticos na lavoura, reduzindo a exposição de trabalhadores rurais e o impacto ambiental associado a pulverizações excessivas.

Importante Saber

• Rotulagem Obrigatória: No Brasil, produtos que contêm ingredientes transgênicos devem ser identificados com o símbolo “T” em um triângulo amarelo, garantindo o direito de escolha e informação ao consumidor, independentemente da segurança comprovada.
• Risco de Resistência de Pragas: O verdadeiro desafio da tecnologia não é a segurança alimentar, mas a quebra da resistência. Sem o plantio de áreas de refúgio (plantas não-Bt), as pragas podem evoluir e tornar a tecnologia ineficaz.
• Monitoramento Constante: Mesmo após a liberação comercial, as lavouras transgênicas são monitoradas para garantir que não haja efeitos adversos imprevistos no ecossistema ou na saúde pública.
• Segurança Ambiental: A tecnologia Bt é considerada uma ferramenta de baixo impacto para organismos não-alvo, preservando inimigos naturais das pragas e favorecendo o Manejo Integrado de Pragas (MIP).
• Mitos vs. Ciência: É fundamental buscar informações em fontes técnicas e científicas, pois muitos boatos sobre alergias ou toxicidade não correspondem aos dados validados pelas agências de saúde e agricultura mundiais.