Fusariose no Café: Guia Completo para Identificar e Manejar a Doença
Fusariose no café: conheça os sintomas, as causas e as alternativas de controle desta doença que causa a morte das plantas.
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O Amarelão do Cafeeiro, tecnicamente denominado Fusariose, é uma doença vascular severa causada por fungos do gênero Fusarium. Embora o termo “amarelão” seja utilizado popularmente por produtores rurais para descrever o aspecto visual da planta enferma, trata-se de uma patologia específica que compromete o sistema de transporte de seiva do cafeeiro. O fungo habita o solo e penetra na planta majoritariamente através de ferimentos no caule ou nas raízes, colonizando os vasos condutores (xilema) e provocando uma obstrução física que impede a circulação de água e nutrientes da raiz para a parte aérea.
No contexto da cafeicultura brasileira, esta doença representa um desafio significativo para a longevidade e produtividade dos cafezais, incidindo com maior frequência em lavouras com idade avançada (geralmente acima de 10 anos) ou que passaram por manejos intensivos de poda, como a recepa e o decote. A infecção resulta no enfraquecimento progressivo da planta, podendo levar à morte do cafeeiro. Diferente de deficiências nutricionais que também causam amarelamento, a Fusariose provoca danos estruturais irreversíveis no colo e no caule da planta, exigindo atenção redobrada do produtor quanto às práticas de manejo e prevenção, visto que o controle curativo é extremamente difícil.
Obstrução Vascular: A característica interna mais marcante é o escurecimento dos vasos lenhosos do caule, visível ao se fazer um corte transversal ou longitudinal, indicando o bloqueio do fluxo de seiva pelo desenvolvimento fúngico.
Sintomatologia Descendente: O amarelamento e a murcha das folhas geralmente iniciam-se no topo da planta (ponteiro) e progridem em direção à base, resultando em desfolha severa e seca dos ramos.
Podridão Seca do Colo: Diferente de outras doenças radiculares, o Amarelão do Cafeeiro causa uma lesão de podridão seca na base do caule (colo), logo abaixo do nível do solo, que pode levar ao estrangulamento da planta.
Morte do Ponteiro: É comum observar a morte da parte superior da planta, paralisando o crescimento vertical e comprometendo a produção futura.
Associação com Ferimentos: A entrada do patógeno está intimamente ligada a lesões mecânicas causadas por ferramentas de poda não higienizadas, implementos agrícolas ou danos durante a colheita mecanizada.
Ausência de Controle Químico Curativo: Atualmente, não existem fungicidas registrados no Ministério da Agricultura (MAPA) com eficácia comprovada para curar a planta após a infecção pela Fusariose, tornando o manejo preventivo a única estratégia viável.
Diagnóstico Diferencial: É fundamental não confundir o Amarelão do Cafeeiro com outras doenças de solo, como a Rhizoctoniose ou a Roseliniose; a presença da podridão seca na base do caule é o principal sinal distintivo da Fusariose.
Higienização de Ferramentas: A desinfecção de podões, serras e tesouras de poda é obrigatória para evitar a transmissão do fungo de uma planta doente para uma sadia, especialmente em operações de renovação da lavoura.
Cuidados na Colheita Mecanizada: O ajuste correto das colhedoras é essencial para minimizar ferimentos no tronco e nos ramos, pois essas lesões funcionam como portas de entrada para o fungo presente no solo.
Fatores de Predisposição: Solos ácidos, compactados ou com excesso de umidade favorecem o desenvolvimento do fungo Fusarium, exigindo correção do solo e manejo adequado da drenagem.
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