O que é Amendoim De Arvore

O termo “Amendoim de Árvore” refere-se popularmente à espécie Pachira aquatica, também conhecida em diversas regiões do Brasil como Munguba, Castanha-do-Maranhão, Mamorana ou Cacau-selvagem. É fundamental distinguir esta espécie do amendoim convencional (Arachis hypogaea), abordado nos manuais de grandes culturas. Enquanto o amendoim tradicional é uma leguminosa herbácea de ciclo anual e crescimento rasteiro ou ereto, amplamente utilizada na rotação com cana-de-açúcar e mecanizada, o Amendoim de Árvore é uma espécie arbórea perene, pertencente à família Malvaceae.

Nativa das florestas tropicais da América Central e do Sul, esta árvore é frequentemente encontrada em ambientes de várzea e margens de rios na região Amazônica, demonstrando alta tolerância a solos encharcados. No contexto do agronegócio e da botânica econômica, ela se enquadra na categoria de Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs). Embora seja muito utilizada na arborização urbana em cidades brasileiras devido à sua beleza e rusticidade, seu potencial produtivo de sementes comestíveis ainda é explorado majoritariamente de forma extrativista ou em sistemas agroflorestais, diferindo da produção intensiva de grãos.

As sementes da Pachira aquatica recebem o nome de “amendoim” devido à grande semelhança de sabor e teor de óleo com a leguminosa tradicional quando torradas. Elas representam uma fonte alternativa de alimento e renda para comunidades locais, podendo ser consumidas in natura, cozidas, torradas ou processadas para a extração de farinha e óleo. Sua presença em sistemas produtivos diversificados contribui para a segurança alimentar e para a manutenção da biodiversidade, oferecendo uma opção de cultivo perene em áreas onde culturas anuais poderiam sofrer com o excesso de umidade.

Principais Características

  • Morfologia e Porte: É uma árvore que pode atingir entre 10 a 18 metros de altura em seu habitat natural, possuindo um tronco que pode se tornar bastante espesso na base e uma copa frondosa e arredondada.
  • Frutos (Cápsulas): Produz frutos grandes e lenhosos, semelhantes ao cacau na aparência externa, que se abrem espontaneamente quando maduros, liberando as sementes.
  • Sementes Comestíveis: As sementes são envoltas em uma paina sedosa; possuem formato irregular e variam de tamanho, sendo ricas em lipídios e proteínas, com sabor que remete ao amendoim ou castanhas.
  • Adaptação Hídrica: A espécie possui alta plasticidade fenotípica, desenvolvendo-se bem tanto em solos firmes quanto em áreas sujeitas a inundações periódicas, o que a torna versátil para recuperação de áreas degradadas ciliares.
  • Floração Ornamental: Apresenta flores grandes, vistosas e perfumadas, com longos estames de ponta avermelhada ou amarelada, o que favorece a atração de polinizadores, incluindo morcegos e abelhas.

Importante Saber

  • Diferenciação de Manejo: Ao contrário do amendoim rasteiro, que exige preparo de solo, controle rigoroso de plantas daninhas e colheita mecanizada (arranquio e trilha), o amendoim de árvore é manejado como cultura perene ou frutífera, com colheita manual ou semimecanizada dos frutos maduros.
  • Consumo Seguro: Embora as sementes possam ser consumidas cruas, recomenda-se o consumo tostado ou cozido. O processo térmico não apenas realça o sabor, tornando-o mais próximo ao do amendoim convencional, mas também elimina possíveis fatores antinutricionais leves presentes na semente crua.
  • Potencial Econômico de Nicho: Não compete com a commodity amendoim em escala industrial de óleo e farelo, mas possui alto valor agregado em mercados de nicho, gastronomia regional e produtos sustentáveis oriundos de sistemas agroflorestais.
  • Uso em Paisagismo vs. Agricultura: Devido ao seu sistema radicular vigoroso, o plantio em áreas urbanas deve ser planejado para evitar danos a calçadas; já em áreas agrícolas, suas raízes ajudam na estabilização de barrancos e margens de rios.
  • Armazenamento: As sementes da Munguba possuem alto teor de umidade e óleo. Após a colheita, devem ser processadas ou secas rapidamente para evitar a rancificação e o desenvolvimento de fungos, exigindo cuidados de pós-colheita similares aos de outras castanhas oleaginosas.
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