Guia Completo: Como Identificar e Controlar o Capim-Rabo-de-Burro na Lavoura
Capim-rabo-de-burro: entenda como identificar, quais os danos ele causa e os melhores métodos de controle para eliminar a daninha
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O Andropogon bicornis, amplamente conhecido no Brasil pelo nome popular de capim-rabo-de-burro, é uma planta daninha gramínea de ciclo perene que apresenta alta relevância no manejo agrícola nacional. Esta espécie é caracterizada por sua extrema rusticidade e agressividade, sendo capaz de colonizar áreas com solos de baixa fertilidade, beiras de estradas, margens de açudes e, principalmente, pastagens e lavouras comerciais de grãos. Devido à sua morfologia robusta, ela compete vigorosamente com as culturas de interesse econômico, interferindo diretamente no desenvolvimento das plantas cultivadas.
No contexto do agronegócio brasileiro, o Andropogon bicornis é considerado uma planta de difícil controle devido à sua dupla forma de propagação e resistência a condições adversas. A planta forma touceiras densas que dificultam as operações mecanizadas e o controle manual. Sua presença não se limita apenas à competição por recursos básicos como água, luz e nutrientes; ela também desempenha um papel ecológico negativo no agroecossistema ao servir de “ponte verde” para pragas, permitindo que insetos sobrevivam na área durante a entressafra e infestem a cultura subsequente logo no início do ciclo.
Morfologia da Inflorescência: Sua característica visual mais marcante é a inflorescência em formato de pluma ou vassoura, que mantém a haste ereta mesmo após a senescência, adquirindo uma coloração marrom-palha típica.
Porte Elevado: É uma planta de porte alto e ereto, podendo atingir até dois metros de altura, o que lhe confere uma grande capacidade de sombreamento sobre as culturas comerciais, prejudicando a fotossíntese das plantas vizinhas.
Sistema Radicular e Rizomas: Possui rizomas (caules subterrâneos horizontais) vigorosos, que permitem a formação de novas touceiras e garantem a sobrevivência da planta mesmo após cortes superficiais, dificultando o controle mecânico.
Propagação Mista: Disseminada tanto por sementes, que são leves e facilmente transportadas pelo vento ou máquinas agrícolas, quanto vegetativamente através de seus rizomas.
Alta Rusticidade: Apresenta grande capacidade de adaptação a diferentes ambientes e estresses climáticos, ocorrendo em praticamente todas as regiões agrícolas do Brasil e reproduzindo-se durante o ano todo.
Hospedeira de Pragas: O Andropogon bicornis é um abrigo preferencial para pragas de grande impacto econômico, como o percevejo-marrom (Euschistus heros), o percevejo-barriga-verde (Dichelops melacanthus) e cochonilhas, dificultando o Manejo Integrado de Pragas (MIP).
Disseminação via Maquinário: A colheita é um momento crítico para a expansão desta daninha; colheitadeiras que operam em áreas infestadas transportam sementes para talhões limpos, exigindo protocolos rigorosos de limpeza de equipamentos.
Focos de Infestação: O controle deve ser rigoroso nas áreas periféricas da lavoura, como carreadores e barrancos, pois é comum que a invasão comece nestes locais e avance para o interior dos talhões produtivos.
Impacto na Produtividade: Além da competição direta, a grande massa foliar da planta dificulta a operação de colheita e pode reduzir drasticamente a produtividade da soja e do milho se não manejada precocemente.
Resistência ao Controle: Devido à presença de rizomas, o controle apenas da parte aérea (roçada) é ineficaz a longo prazo; estratégias de manejo devem focar na eliminação do sistema radicular e na prevenção da sementeira.
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