O que é Aplicação Aérea De Defensivos

A aplicação aérea de defensivos consiste na utilização de aeronaves agrícolas — incluindo aviões, helicópteros e, mais recentemente, Aeronaves Remotamente Pilotadas (drones) — para a pulverização de produtos fitossanitários nas lavouras. Esta técnica é uma ferramenta estratégica e consolidada no agronegócio brasileiro, sendo fundamental para o manejo de culturas de larga escala, como soja, cana-de-açúcar, milho, algodão e arroz. O método se destaca pela capacidade de cobrir grandes extensões de terra em um curto espaço de tempo, garantindo agilidade no combate a pragas e doenças que possuem alto potencial de proliferação e dano econômico.

Diferentemente da pulverização terrestre, a aplicação aérea elimina o contato físico do maquinário com o solo e as plantas durante a operação. Isso evita o amassamento da cultura (que pode representar perdas significativas de produtividade) e impede a compactação do solo causada pelo tráfego de tratores. Além disso, a modalidade permite a realização do manejo mesmo em condições de solo encharcado ou em estágios fenológicos avançados da cultura, onde a entrada de equipamentos terrestres seria inviável ou extremamente danosa.

Para garantir a segurança e a eficácia, a atividade é rigorosamente regulamentada no Brasil pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). A operação exige planejamento técnico detalhado, considerando variáveis meteorológicas e ambientais para assegurar que o produto atinja o alvo desejado sem causar deriva ou contaminação de áreas não alvo, exigindo alta qualificação dos profissionais envolvidos.

Principais Características

  • Alta capacidade operacional: Permite a pulverização de centenas de hectares em poucas horas, sendo muito superior à velocidade dos pulverizadores terrestres, o que é crucial para janelas curtas de aplicação.

  • Uniformidade de cobertura: Quando bem calibrada, a turbulência gerada pela aeronave (especialmente em aviões e helicópteros) auxilia na deposição das gotas, promovendo uma cobertura homogênea, inclusive no baixeiro das plantas.

  • Independência das condições do solo: A operação pode ser realizada logo após chuvas, sem a necessidade de esperar o solo secar, garantindo o tratamento no momento exato da necessidade agronômica.

  • Altura de voo específica: Para a maioria das aplicações em agricultura, a aeronave deve operar a uma altura técnica recomendada, geralmente entre 3 a 5 metros acima da vegetação, para garantir a deposição correta das gotas.

  • Tecnologia de precisão: Utiliza sistemas de DGPS e fluxômetros automáticos para garantir a vazão correta e o georreferenciamento exato das faixas de aplicação, minimizando falhas ou sobreposições.

Importante Saber

  • Exigência de Responsável Técnico: Toda aplicação aérea deve ser obrigatoriamente coordenada por um engenheiro agrônomo, responsável por definir o produto, a dose e as condições ideais de aplicação.

  • Legislação e Fiscalização: A atividade é regida pelo Decreto nº 86.765/1981 e, no caso de drones, pela Portaria Mapa nº 298/2021, exigindo relatórios operacionais detalhados para fins de fiscalização.

  • Condições Meteorológicas Críticas: A aplicação depende estritamente de condições climáticas favoráveis (temperatura, umidade relativa do ar e velocidade do vento) para evitar a evaporação do produto ou a deriva para áreas vizinhas e ambientais.

  • Qualificação do Piloto: O piloto deve possuir licença específica para aviação agrícola e estar devidamente registrado no Sipeagro (Sistema Integrado de Produtos e Estabelecimentos Agropecuários).

  • Redução de Perdas por Amassamento: É uma alternativa econômica importante em estágios finais da cultura, onde o trator causaria danos físicos irreversíveis às plantas, preservando o estande final da lavoura.

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