Fitotoxicidade por Herbicidas no Café: Guia Prático para Evitar e Corrigir
Fitotoxicidade por herbicidas no café: entenda os principais pontos para evitar os danos da deriva e como atuar em lavouras afetadas.
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A aplicação de herbicidas consiste na prática agrícola de utilizar produtos químicos fitossanitários destinados ao controle de plantas daninhas que competem com a cultura principal por recursos essenciais, como água, luz, nutrientes e espaço físico. No contexto do agronegócio brasileiro, esta operação é uma das etapas mais críticas do manejo agronômico, sendo determinante para garantir o estande da lavoura e a produtividade final, seja em culturas anuais como soja e milho, ou perenes como o café.
Esta prática não se resume apenas ao ato de pulverizar o produto, mas envolve um conjunto complexo de conhecimentos denominado tecnologia de aplicação. O objetivo é garantir que o ingrediente ativo atinja o alvo (a planta invasora) na quantidade correta, no momento adequado e com o mínimo de desperdício ou impacto ambiental. Uma aplicação eficiente busca maximizar o controle biológico das invasoras enquanto preserva a integridade fisiológica da cultura de interesse, evitando danos que possam comprometer o desenvolvimento vegetativo e reprodutivo da plantação.
Dependência das Condições Climáticas: A eficácia da aplicação está diretamente ligada a fatores ambientais. Temperaturas acima de 30°C, umidade relativa do ar abaixo de 50% e ventos superiores a 10 km/h são condições que favorecem a evaporação e a deriva, comprometendo o resultado final.
Seletividade e Espectro de Ação: Os herbicidas podem ser seletivos (afetam apenas as daninhas, preservando a cultura) ou não seletivos (como o glifosato, que elimina qualquer vegetação atingida). A escolha correta define a segurança da operação, especialmente em culturas sensíveis como o café.
Tecnologia de Pontas e Gotas: A escolha das pontas de pulverização (bicos) determina o tamanho das gotas. Gotas finas oferecem melhor cobertura, mas são suscetíveis à deriva; gotas grossas ou com indução de ar reduzem a deriva, mas podem diminuir a cobertura foliar, exigindo ajuste técnico preciso.
Modalidade de Aplicação: Pode ser realizada de forma pré-emergente (antes da germinação das daninhas e/ou da cultura) ou pós-emergente. Além disso, a aplicação pode ser em área total, em faixas (comum na entrelinha de culturas perenes) ou dirigida, visando evitar o contato com a cultura comercial.
Calibragem e Regulagem: Envolve o ajuste da pressão do sistema, velocidade de deslocamento do trator ou operador e altura da barra. A má regulagem é a principal causa de falhas no controle e ocorrência de fitotoxicidade.
Risco de Fitotoxicidade: Quando o herbicida atinge a cultura principal devido à deriva ou erro de seleção do produto, ocorre a fitotoxicidade (“fito”). Os sintomas incluem clorose, deformação foliar (como o “ponteiro” em lanças no café) e travamento do crescimento, resultando em prejuízos econômicos diretos.
Controle da Deriva: A deriva é o deslocamento do produto para fora do alvo desejado. Para mitigá-la, é essencial utilizar bicos antideriva (com indução de ar), manter a barra de pulverização o mais próximo possível do alvo e respeitar rigorosamente as condições meteorológicas ideais.
Manutenção dos Equipamentos: Bicos desgastados, filtros sujos ou manômetros descalibrados alteram a vazão e a distribuição do produto. A verificação periódica do equipamento de pulverização, seja costal ou mecanizado, é obrigatória para assegurar a uniformidade da dose aplicada.
Rotação de Mecanismos de Ação: Para evitar a seleção de plantas daninhas resistentes, é fundamental não utilizar repetidamente o mesmo princípio ativo. A rotação de herbicidas com diferentes mecanismos de ação é uma premissa básica do Manejo Integrado de Plantas Daninhas (MIPD).
Momento Ideal de Controle: A aplicação é mais eficiente quando as plantas daninhas estão em estágios iniciais de desenvolvimento. Plantas adultas ou perenizadas exigem doses maiores e misturas de produtos, o que encarece o manejo e aumenta o risco de intoxicação da cultura principal.
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