Área de Refúgio: O que é e Por que Ela é Essencial para Proteger sua Lavoura Bt
Área de Refúgio: Saiba como adotar em sua fazenda e tire também suas dúvidas sobre a tecnologia Bt. Confira!
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Temos um artigo detalhado e exclusivo sobre este assunto.
Ler o Guia Principal sobre Área de Refúgio →A Área de Refúgio é uma prática agrícola fundamental no Manejo da Resistência de Insetos (MRI), indispensável para quem cultiva lavouras geneticamente modificadas com a tecnologia Bt (Bacillus thuringiensis). Ela consiste no plantio de uma porcentagem da área total do talhão com sementes convencionais (não-Bt) ou tolerantes a herbicidas, mas que não expressem a proteína inseticida. O objetivo biológico é manter uma reserva populacional de insetos suscetíveis à tecnologia, que não foram expostos à pressão de seleção da toxina Bt.
No contexto do agronegócio brasileiro, caracterizado por um clima tropical que permite múltiplas safras anuais (“pontes verdes”), a evolução da resistência das pragas é acelerada. A área de refúgio funciona garantindo que os insetos suscetíveis sobrevivam e se acasalem com eventuais insetos resistentes provenientes da lavoura Bt. Esse cruzamento gera descendentes que, em sua maioria, continuam vulneráveis à tecnologia. Sem essa prática, a população de pragas resistentes dominaria rapidamente a lavoura, inutilizando a biotecnologia e acarretando prejuízos severos e aumento nos custos de produção.
Percentual de Área: As recomendações técnicas variam conforme a cultura, sendo exigido o plantio de 10% da área total para milho e 20% para soja, algodão e cana-de-açúcar com sementes não-Bt.
Distância Máxima: Para assegurar o encontro e o cruzamento efetivo entre os insetos das duas áreas, o refúgio deve estar localizado a uma distância máxima de 800 metros da lavoura com tecnologia Bt.
Formatos de Implementação: O plantio pode ser realizado em diferentes configurações, como faixas alternadas, blocos compactos dentro do talhão ou em bordadura (perímetro), desde que respeite a proporção e a distância recomendadas.
Sincronismo de Ciclo: É essencial utilizar híbridos ou variedades na área de refúgio que possuam ciclo e porte semelhantes aos da cultura Bt, garantindo que as pragas estejam ativas e em fase reprodutiva simultaneamente em ambas as áreas.
Objetivo Biológico: A área atua como uma “fábrica” de insetos suscetíveis, servindo para diluir a frequência de genes de resistência na população de pragas da fazenda.
Manejo Diferenciado: O controle de pragas na área de refúgio deve ser cuidadoso; o uso excessivo de inseticidas pode eliminar os insetos suscetíveis, anulando o propósito da estratégia.
Monitoramento Constante: A aplicação de defensivos no refúgio deve ocorrer apenas quando as pragas atingirem o Nível de Controle (NC) estabelecido pelo Manejo Integrado de Pragas (MIP), evitando aplicações preventivas desnecessárias.
Expectativa de Danos: É natural e esperado que a área de refúgio apresente maior incidência de lagartas e danos visuais (como desfolha) em comparação à área Bt; isso indica que a preservação dos suscetíveis está ocorrendo.
Risco da Não Adoção: Ignorar o refúgio acelera a perda da eficácia da tecnologia Bt, o que pode levar à necessidade de voltar a utilizar métodos de controle químico mais caros e frequentes em toda a lavoura.
Pragas Polífagas: O refúgio auxilia no controle de pragas que atacam múltiplas culturas, como a Spodoptera frugiperda e a Helicoverpa armigera, que se beneficiam do sistema de produção intensivo do Brasil.
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