Armazenagem do Arroz: Como Preservar Qualidade e Lucratividade
Armazenagem do arroz: a importância dessa atividade, umidade e temperatura ideais, silos para armazenamento e controle de pragas.
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A armazenagem em silos consiste na etapa estratégica do pós-colheita destinada à conservação de grãos e sementes em estruturas projetadas para manter suas qualidades físicas, fisiológicas e sanitárias. No contexto do agronegócio brasileiro, onde a produção é sazonal mas a demanda é contínua, o uso de silos permite que o produtor rural retenha a safra na propriedade ou em unidades armazenadoras, aguardando momentos de mercado mais favoráveis para a comercialização, fugindo da pressão de venda imediata na colheita.
Este processo vai muito além de simplesmente estocar o produto. Trata-se de um sistema complexo de manejo que envolve o controle rigoroso de variáveis ambientais, principalmente temperatura e umidade relativa do ar intergranular. O objetivo fundamental é reduzir a atividade metabólica dos grãos e impedir o desenvolvimento de microrganismos (fungos) e pragas (insetos e roedores). É crucial compreender que a armazenagem em silos preserva a qualidade obtida no campo, mas não tem a capacidade de melhorar um grão que já chega deteriorado ou com defeitos graves.
Para que a armazenagem seja eficiente, ela deve ser precedida por etapas de beneficiamento, como a pré-limpeza e a secagem. Em culturas como o arroz, por exemplo, a colheita ocorre com umidade elevada (entre 18% e 22%), exigindo redução artificial para níveis seguros (12% a 13%) antes da entrada definitiva no silo. A falha nesse processo pode resultar em perdas quantitativas e qualitativas significativas, comprometendo a rentabilidade de todo o ciclo produtivo.
Controle de Atmosfera Interna: A principal característica técnica é a capacidade de monitorar e manejar a temperatura (idealmente próxima a 18°C para conservação a longo prazo) e a umidade, utilizando sistemas de aeração e termometria para evitar o aquecimento da massa de grãos.
Dependência de Processos Prévios: A eficiência do silo depende diretamente das etapas de recepção, que incluem pesagem, amostragem para classificação, pré-limpeza de impurezas e, fundamentalmente, a secagem correta para atingir o teor de água de equilíbrio.
Segregação de Lotes: O sistema permite a separação dos grãos por características específicas, como variedade, teor de umidade ou qualidade, facilitando o gerenciamento do estoque e o atendimento a diferentes demandas de mercado.
Proteção Física e Sanitária: As estruturas oferecem uma barreira física contra intempéries (chuva, sol excessivo) e vetores de contaminação, sendo essenciais para programas de controle integrado de pragas.
Sistemas de Movimentação: Silos são equipados ou integrados a sistemas de transporte (elevadores, fitas transportadoras) que facilitam a carga, descarga e transilagem (movimentação do grão de um silo para outro para homogeneização ou resfriamento).
A Regra da Preservação: Tenha em mente que o silo funciona como um “cofre” para a qualidade trazida da lavoura. Ele mantém o que foi colhido, mas não reverte danos anteriores. Portanto, armazenar grãos ardidos ou quebrados não os tornará sadios.
Umidade de Segurança: Para a maioria dos grãos, como o arroz, a umidade de colheita (18-22%) é incompatível com a armazenagem segura. É obrigatório reduzir esse teor para a faixa de 12% a 13% para evitar fermentação e desenvolvimento de fungos.
Resfriamento Pós-Secagem: Após passar pelo secador, a massa de grãos deve ser resfriada antes de permanecer no silo. O choque térmico ou o armazenamento de grãos quentes pode gerar condensação de umidade no teto do silo e trincas no produto, desvalorizando a mercadoria.
Higienização é Mandatória: Antes de receber uma nova safra, o silo deve passar por uma limpeza rigorosa para eliminar resíduos da safra anterior, que frequentemente abrigam ovos e larvas de pragas de armazenamento.
Perdas Técnicas: Mesmo em sistemas bem geridos, existem perdas naturais de matéria seca e umidade (quebra técnica) que podem variar de 1,5% a 4%. O planejamento financeiro deve considerar essa redução de peso no momento da venda futura.
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