Módulo 5 - Aula 2: Armazenamento Seguro e Misturas de Defensivos
Construa armazéns seguros conforme ABNT 9843 e domine o teste da garrafa para misturas compatíveis. Economia de R$ 1.200/ha em perdas.
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O armazenamento de defensivos agrícolas refere-se ao conjunto de práticas técnicas, estruturais e legais destinadas à guarda segura de produtos fitossanitários dentro da propriedade rural. No Brasil, esta atividade não se resume apenas a estocar insumos, mas deve seguir rigorosamente a norma ABNT NBR 9843 e a NR 31. O objetivo central é preservar a integridade química dos princípios ativos, garantir a segurança dos trabalhadores e impedir a contaminação ambiental, visto que o armazenamento inadequado é responsável por prejuízos anuais estimados em R 45 bilhões no agronegócio nacional.
Uma estrutura de armazenamento correta deve ser projetada para mitigar riscos de vazamentos, incêndios e degradação térmica dos produtos. Isso envolve desde a escolha do local, respeitando distâncias mínimas de cursos d’água e habitações, até a engenharia do piso e ventilação. A gestão deste espaço é crítica para a eficiência agronômica, pois condições impróprias, como temperaturas acima de 35°C, podem degradar significativamente a eficácia de ingredientes ativos, resultando em falhas de controle de pragas e necessidade de reaplicações custosas.
Conformidade Estrutural (ABNT NBR 9843): Exige construção em alvenaria ou estruturas modulares com materiais incombustíveis, pé-direito elevado (4-6 metros) e sistema de ventilação natural que corresponda a 1/20 da área do piso para evitar acúmulo de gases tóxicos.
Sistema de Contenção de Vazamentos: Obrigatoriedade de piso impermeável (concreto polido ou resinado) com inclinação para canaletas que direcionam eventuais derramamentos para uma caixa de contenção externa, dimensionada para suportar 110% do volume do maior recipiente armazenado.
Distanciamento de Segurança: A localização do armazém deve respeitar distâncias legais rígidas, como 30 metros de cursos d’água, 50 metros de poços ou nascentes e 10 metros de habitações, para evitar contaminação e passivos ambientais.
Controle Térmico e Luminosidade: Uso de telhados com isolamento ou pintura reflexiva e iluminação adequada (antiexplosão), visando manter a temperatura interna controlada, já que o calor excessivo acelera a degradação química dos defensivos.
Segregação e Sinalização: Organização interna que separa produtos por classe toxicológica e incompatibilidade química, com sinalização de segurança clara e acesso restrito a pessoas autorizadas e treinadas.
Impacto na Eficácia do Produto: O armazenamento em temperaturas elevadas (acima de 35°C) pode reduzir a eficácia de certos grupos químicos, como os piretróides, em quase 30%, gerando prejuízos diretos na lavoura por falha de controle.
Gestão de Estoque PVPS: A adoção do método “Primeiro que Vence, Primeiro que Sai” é fundamental para reduzir perdas por validade expirada, uma prática que pode economizar dezenas de milhares de reais anualmente em propriedades de médio porte.
Riscos Legais e Multas: O descumprimento das normas de construção e localização pode acarretar multas ambientais severas, variando de R 5.000 a R 50 milhões, além da possibilidade de embargo da atividade e responsabilização criminal.
Custo de Remediação: Um projeto mal executado gera riscos ocultos; a descontaminação de um solo afetado por vazamento de defensivos possui um custo extremamente elevado por metro quadrado, superando muitas vezes o investimento na construção correta do armazém.
Logística de Embalagens: O armazém também serve como ponto de gestão para a logística reversa, devendo possuir área segregada para o armazenamento temporário de embalagens vazias lavadas, aguardando a devolução aos postos de recebimento.
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