O que é Arroz De Sequeiro

O Arroz de Sequeiro, tecnicamente conhecido como arroz de terras altas, é um sistema de cultivo onde o suprimento hídrico da planta depende exclusivamente da precipitação pluvial (chuvas), sem a utilização de irrigação controlada por inundação. Diferente do sistema irrigado, predominante na região Sul do Brasil onde o solo permanece submerso, no sistema de sequeiro o solo mantém-se aerado durante todo o ciclo da cultura. Este método é historicamente relevante na agricultura brasileira, tendo sido amplamente utilizado na abertura de novas fronteiras agrícolas, especialmente na região do Cerrado, devido à sua rusticidade e tolerância a solos ácidos.

Atualmente, o arroz de sequeiro ocupa aproximadamente 20% da área plantada com a cultura no Brasil. Embora apresente um teto produtivo inferior ao sistema irrigado, ele desempenha um papel estratégico na rotação de culturas e na segurança alimentar em regiões onde a topografia ou a disponibilidade hídrica não permitem a inundação. A evolução genética e o manejo adequado têm permitido que este sistema alcance patamares de produtividade e qualidade de grãos cada vez mais competitivos, deixando de ser apenas uma cultura de subsistência ou de abertura de áreas para se integrar a sistemas produtivos tecnificados.

Principais Características

  • Dependência climática direta, exigindo um planejamento rigoroso da época de semeadura para coincidir as fases críticas da planta com os períodos de maior regularidade pluvial.

  • Menor custo de implantação em comparação ao sistema irrigado, pois dispensa a sistematização complexa do terreno (nivelamento a laser) e a construção de infraestrutura hidráulica (canais e taipas).

  • Adaptação a solos com pH mais baixo e presença de alumínio, embora responda positivamente à correção de solo, sendo ideal para áreas de primeiro cultivo ou em recuperação.

  • Produtividade média oscilando geralmente entre 2,5 a 3,0 toneladas por hectare em condições normais no Cerrado, valor inferior à média do arroz irrigado.

  • Possibilidade de mecanização total com o mesmo maquinário utilizado para outras culturas de grãos (soja e milho), sem necessidade de adaptações para tráfego em lama.

Importante Saber

  • A correção da acidez do solo é fundamental para o sucesso da lavoura, recomendando-se a calagem para elevar a saturação por bases (V%) para cerca de 40% ou neutralizar o alumínio tóxico, favorecendo o enraizamento profundo.

  • O manejo de nitrogênio deve ser cuidadoso e parcelado, com recomendação técnica usual de aplicar cerca de 20% da dose no plantio e 80% em cobertura na fase de diferenciação do primórdio floral.

  • O controle de plantas daninhas é um dos maiores desafios deste sistema, pois, na ausência da lâmina de água que inibe a germinação de invasoras, o monitoramento e o uso correto de herbicidas tornam-se essenciais.

  • A escolha da cultivar deve ser específica para o sistema de terras altas, priorizando materiais com tolerância à seca (veranicos) e resistência à brusone, doença fúngica favorecida pelo ambiente aerado.

  • É uma excelente opção para compor sistemas de rotação de culturas, auxiliando na estruturação do solo e na quebra do ciclo de pragas e doenças de culturas subsequentes.

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