Coinoculação na Soja: O Guia Atualizado de 2025
Descubra o que é a coinoculação em soja, a técnica que une bactérias para estimular raízes e aumentar a produtividade da lavoura em até 25%.
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O Azospirillum brasilense é uma bactéria do grupo das rizobactérias promotoras de crescimento de plantas (RPCP), amplamente utilizada na agricultura brasileira para aumentar a eficiência produtiva de diversas culturas. Diferente dos rizóbios que formam nódulos visíveis nas raízes de leguminosas, o Azospirillum realiza uma associação livre ou endofítica, colonizando a superfície e o interior das raízes, bem como a rizosfera (região do solo próxima às raízes). Embora tenha capacidade de realizar a Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN), sua principal contribuição agronômica reside na produção de fitormônios, substâncias que estimulam o desenvolvimento vegetal.
No contexto do agronegócio brasileiro, esta bactéria ganhou destaque fundamental devido às pesquisas da Embrapa e outras instituições que validaram seu uso tanto em gramíneas (como milho, trigo e pastagens) quanto em leguminosas (soja e feijão). O mecanismo de ação mais notável é a síntese de auxinas, especialmente o ácido indolacético (AIA). Esse hormônio vegetal induz o crescimento acelerado do sistema radicular, aumentando o volume de raízes e a presença de pelos radiculares.
Na prática, o uso de Azospirillum brasilense resulta em plantas com maior capacidade de explorar o solo. Um sistema radicular mais robusto permite que a cultura absorva água de camadas mais profundas e intercepte uma quantidade maior de nutrientes. Isso confere à lavoura uma maior tolerância a estresses abióticos, como veranicos e secas moderadas, além de otimizar o aproveitamento dos fertilizantes aplicados no solo, tornando o manejo nutricional mais eficiente e sustentável.
Produção de Fitormônios: A característica mais marcante é a síntese de auxinas, giberelinas e citocininas, que estimulam a divisão celular e o alongamento das raízes, promovendo um sistema radicular mais denso e profundo.
Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN): Realiza a fixação de nitrogênio de forma associativa, contribuindo com parte da demanda de N da planta, embora em menor escala comparada aos rizóbios em leguminosas.
Solubilização de Fosfatos: Possui a capacidade de solubilizar fosfatos inorgânicos presentes no solo, tornando o fósforo (P) mais disponível para absorção pelas plantas.
Versatilidade de Culturas: Pode ser utilizado em uma ampla gama de culturas de interesse econômico, incluindo soja (em coinoculação), milho, trigo, arroz e pastagens (braquiárias).
Mitigação de Estresse Hídrico: Ao promover raízes mais profundas, a bactéria ajuda a planta a manter a hidratação e a atividade metabólica durante períodos de baixa disponibilidade de água.
Coinoculação na Soja: Na cultura da soja, o Azospirillum brasilense é utilizado em conjunto com o Bradyrhizobium. Essa técnica, chamada coinoculação, soma a fixação massiva de nitrogênio do Bradyrhizobium com o estímulo radicular do Azospirillum, podendo incrementar a produtividade média.
Cuidados no Armazenamento: Por se tratar de um organismo vivo, os inoculantes à base desta bactéria são sensíveis ao calor excessivo e à luz solar direta. O armazenamento deve ser feito em local fresco e arejado para manter a viabilidade celular.
Compatibilidade com Químicos: O tratamento de sementes com fungicidas e inseticidas pode afetar a sobrevivência da bactéria. Recomenda-se aplicar o inoculante como a última operação antes do plantio e semear o mais rápido possível após a inoculação.
Aplicação no Sulco: Para evitar o contato direto com agroquímicos na semente e garantir uma dose maior de bactérias vivas, a aplicação via sulco de plantio (jato dirigido) tem se mostrado uma alternativa técnica muito eficiente.
Redução de Adubação Nitrogenada: Em gramíneas como o milho e o trigo, o uso correto de Azospirillum brasilense pode permitir uma redução parcial na adubação nitrogenada de cobertura, mantendo ou elevando os patamares produtivos.
Cepas Selecionadas: No Brasil, as cepas mais utilizadas e recomendadas pela pesquisa oficial são a Ab-V5 e a Ab-V6, selecionadas especificamente por sua alta eficiência nas condições edafoclimáticas tropicais.
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