Armazenamento do Algodão: Como Preservar Qualidade da Fibra e Semente
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O beneficiamento do algodão consiste no conjunto de operações mecânicas e industriais realizadas após a colheita, com o objetivo principal de separar a fibra (pluma) das sementes (caroço) e remover as impurezas presentes na matéria-prima. No contexto do agronegócio brasileiro, esta etapa ocorre nas Unidades de Beneficiamento de Algodão (UBAs) e é determinante para transformar o “algodão em caroço” — produto bruto vindo da lavoura — em “algodão em pluma”, que é a commodity comercializada para a indústria têxtil nacional e internacional.
Este processo não se limita apenas à separação física, mas envolve também etapas rigorosas de limpeza, secagem (ou umidificação) e prensagem da fibra em fardos padronizados. A qualidade do beneficiamento está intrinsecamente ligada à preservação das características intrínsecas da fibra, como comprimento, resistência e uniformidade. Qualquer falha nesta etapa, ou o processamento de uma matéria-prima deteriorada por armazenamento incorreto, pode resultar em fibras curtas, neps (nós) e contaminações que desvalorizam o produto final.
Para que o beneficiamento seja eficiente e rentável, é crucial que o manejo pós-colheita tenha sido adequado. A presença de umidade excessiva ou materiais estranhos no algodão em caroço dificulta a operação das máquinas, aumenta o custo industrial e pode comprometer irreversivelmente a qualidade da pluma. Portanto, o beneficiamento é o elo que valida todo o esforço produtivo do campo, exigindo controle rigoroso para atender aos altos padrões do mercado global.
Separação de Componentes: A função primária é dissociar a fibra da semente, gerando dois subprodutos principais: a pluma (para a indústria têxtil) e o caroço (para ração animal ou produção de óleo).
Limpeza de Impurezas: O processo utiliza maquinários específicos para remover cascas, folhas, galhos e terras que foram colhidos junto com o capulho, visando entregar uma fibra limpa.
Controle de Umidade: Durante o beneficiamento, o algodão passa por sistemas de secagem ou umidificação para atingir o teor de água ideal para o processamento sem danificar a fibra.
Prensagem e Enfardamento: Após limpa e separada, a pluma é compactada em fardos de alta densidade, geralmente pesados e identificados para rastreabilidade e logística.
Classificação da Fibra: Frequentemente associada ao final do beneficiamento, ocorre a retirada de amostras para análise de HVI (High Volume Instrument), determinando as características tecnológicas do lote.
Impacto da Umidade no Armazenamento: Para um beneficiamento eficiente, o algodão em caroço deve ser armazenado com umidade ideal de 12%. Já a pluma beneficiada deve ser mantida em torno de 10% (base úmida).
Risco de Cavitomia: O armazenamento de fardos com umidade acima de 15% ou em contato direto com o solo pode causar cavitomia (fermentação biológica), elevando a temperatura e gerando risco de incêndio e deterioração da fibra.
Contaminação por Materiais Estranhos: Impurezas como penas, pelos de animais e plásticos são difíceis de remover no beneficiamento e podem ser detectados apenas no tecido final, causando prejuízos severos e rejeição do lote.
Amarelamento da Fibra: O armazenamento inadequado ou prolongado sob condições adversas aumenta o grau de amarelamento da pluma, reduzindo seu grau de reflexão e, consequentemente, seu valor comercial após cerca de 9 meses.
Logística do Depósito: A organização dos fardos pós-beneficiamento exige distanciamento das paredes, uso de estrados (pallets) e corredores largos para evitar acidentes e garantir a ventilação, preservando a qualidade até o embarque.
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