Besouro-Castanho: O Guia Completo para Eliminar essa Praga dos Grãos Armazenados
Como eliminar o besouro castanho com maneiras eficazes de controle dessa praga e, ainda, evitar prejuízos no armazenamento de grãos.
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O Besouro-castanho (Tribolium castaneum) é um inseto coleóptero da família Tenebrionidae, amplamente distribuído no território brasileiro e considerado uma praga cosmopolita de grande relevância econômica para o setor de armazenamento de grãos. Diferente das pragas primárias, este inseto é classificado tecnicamente como uma praga secundária. Isso significa que suas mandíbulas não possuem força suficiente para romper o tegumento (casca) de grãos sadios e inteiros. Portanto, sua infestação ocorre predominantemente em grãos que já sofreram danos mecânicos (quebrados ou trincados) ou que foram previamente atacados por pragas primárias, como os gorgulhos.
Apesar da classificação “secundária”, o potencial destrutivo do Besouro-castanho não deve ser subestimado. Ele ataca culturas essenciais para o agronegócio nacional, como soja, milho, trigo e arroz, além de produtos processados como farinhas e rações. O maior prejuízo causado por esta praga está no seu hábito alimentar seletivo: ele consome preferencialmente o embrião dos grãos. Isso resulta na perda direta da capacidade de germinação, tornando-o um inimigo crítico para produtores de sementes, além de depreciar a qualidade comercial do produto final devido à presença de fragmentos de insetos e excrementos.
No contexto do armazenamento, o controle do Tribolium castaneum exige uma abordagem técnica rigorosa. Devido ao seu tamanho reduzido e comportamento de refúgio, ele é difícil de erradicar apenas com medidas curativas. A presença deste inseto em uma unidade armazenadora geralmente indica falhas no manejo prévio, problemas na regulagem de máquinas (quebra de grãos) ou higienização insuficiente das instalações, exigindo a adoção do Manejo Integrado de Pragas de Grãos Armazenados (MIPGRÃOS).
Morfologia e Identificação: Os adultos são pequenos, medindo entre 2 a 4 mm de comprimento, e possuem uma coloração castanho-avermelhada característica. Seu corpo é achatado e alongado, formato que facilita a movimentação e o esconderijo em frestas estreitas e no meio da massa de grãos.
Ciclo Reprodutivo Acelerado: É uma espécie extremamente prolífica. As fêmeas podem realizar a oviposição de cerca de 500 ovos durante seu ciclo, depositando-os em locais protegidos como fendas nas paredes, pisos, equipamentos e sacarias, o que dificulta a eliminação mecânica.
Desenvolvimento Rápido: Em condições climáticas favoráveis, comuns em muitas regiões do Brasil (clima quente e alta umidade), o ciclo completo de vida (ovo a adulto) pode se completar em apenas 20 dias, permitindo explosões populacionais em curto período.
Fase Larval: As larvas apresentam coloração branco-amarelada e corpo cilíndrico. Assim como os adultos, elas se alimentam ativamente dos subprodutos e partes internas dos grãos danificados.
Longevidade e Resistência: Os adultos podem viver por longos períodos, sobrevivendo em resíduos de grãos deixados em armazéns vazios, aguardando a chegada da nova safra para iniciar uma nova infestação.
Dano ao Poder Germinativo: Como o Besouro-castanho ataca diretamente o embrião da semente, a presença desta praga é devastadora para lotes destinados ao plantio, podendo inviabilizar completamente a germinação.
Indicador de Problemas: A alta incidência deste inseto serve como um bioindicador de que há grãos quebrados em excesso ou que o controle de pragas primárias (como o Sitophilus) falhou, expondo a massa de grãos ao ataque secundário.
Higienização é Fundamental: A limpeza (profilaxia) de silos e armazéns antes do recebimento da carga é a medida preventiva mais eficaz. Restos de grãos e poeira em cantos e equipamentos servem de berçário para os ovos e larvas.
Monitoramento Constante: A identificação correta é crucial para não confundir o Besouro-castanho com outras pragas de armazenamento. O monitoramento deve ser contínuo, pois a praga se aloja profundamente na massa de grãos e em estruturas físicas.
Controle Integrado: O uso isolado de inseticidas pode não ser suficiente devido à capacidade do inseto de se esconder em frestas profundas. O manejo eficaz combina limpeza física, controle de temperatura/umidade e, quando necessário, expurgo (fumigação) profissional.
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