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O que é Bicudo Do Algodoeiro

O bicudo-do-algodoeiro (Anthonomus grandis) é amplamente reconhecido como a praga-chave da cotonicultura brasileira, representando o maior desafio fitossanitário e econômico para os produtores de algodão. Trata-se de um besouro (coleóptero) que ataca especificamente as estruturas reprodutivas da planta, como botões florais, flores e maçãs (capulhos). O dano é causado tanto pela alimentação dos adultos quanto pelo desenvolvimento das larvas no interior dessas estruturas, o que inviabiliza a formação da fibra e das sementes, podendo acarretar perdas totais na lavoura se não houver controle efetivo.

A biologia deste inseto está intrinsecamente ligada ao ciclo do algodão, mas sua capacidade de sobrevivência na entressafra é o que o torna particularmente perigoso. O bicudo pode permanecer em estado de dormência ou ativo em restos culturais (soqueiras) e plantas voluntárias (tigueras) que rebrotam após a colheita. Por essa razão, o manejo dessa praga não se restringe apenas ao período de cultivo, exigindo ações coordenadas durante todo o ano, incluindo o cumprimento rigoroso do vazio sanitário.

No contexto do agronegócio brasileiro, especialmente em grandes polos produtores como Mato Grosso e Bahia, o controle do bicudo exige a adoção do Manejo Integrado de Pragas (MIP). Isso envolve desde a escolha de cultivares e datas de plantio até o uso de controle químico, biológico e cultural. A presença do bicudo elevou o nível de tecnificação necessário para a produção de algodão, demandando monitoramento constante e precisão nas tomadas de decisão para garantir a rentabilidade da safra.

Principais Características

  • Danos nas estruturas reprodutivas: As larvas se desenvolvem no interior dos botões florais e maçãs, destruindo os tecidos internos, enquanto os adultos perfuram essas estruturas para alimentação e postura de ovos.

  • Sintoma de “Flor Balão”: As flores atacadas não conseguem abrir suas pétalas normalmente, adquirindo um aspecto inchado característico, conhecido como “flor balão”, e apresentando perfurações nas pétalas.

  • Queda de botões florais: O ataque do inseto provoca o amarelamento e a queda prematura dos botões florais, reduzindo drasticamente o potencial produtivo da planta.

  • Orifícios de oviposição: As fêmeas realizam perfurações para depositar os ovos e, em seguida, vedam o orifício com uma substância cerosa misturada ao pólen, deixando uma marca visível que auxilia na identificação do ataque.

  • Hábito de refúgio: Os adultos costumam se abrigar sob as brácteas (folhas que protegem a flor) ou em áreas de mata adjacentes, dificultando o contato direto com defensivos agrícolas em certas fases.

Importante Saber

  • Destruição de soqueiras é obrigatória: A eliminação completa dos restos culturais (soqueiras) logo após a colheita é a medida mais eficaz para quebrar o ciclo da praga, podendo reduzir em mais de 70% a população inicial na safra seguinte.

  • Monitoramento rigoroso: A vistoria da lavoura deve ser frequente, utilizando métodos como armadilhas de feromônio (tubo mata-bicudo) nas bordaduras e amostragem visual de botões atacados para definir o momento exato da aplicação de inseticidas.

  • Nível de controle: A decisão de pulverizar deve basear-se no nível de infestação e no número de maçãs formadas por planta; quanto mais maçãs a planta já tiver garantido, maior a tolerância ao ataque em novos botões.

  • Uso de Plantio-isca: O plantio de pequenas faixas de algodão antes da safra principal, tratadas com inseticidas, serve para atrair e controlar os adultos remanescentes da entressafra antes que infestem a lavoura comercial.

  • Rotação de princípios ativos: Devido ao uso intenso de controle químico (com dezenas de produtos registrados), é crucial rotacionar os mecanismos de ação dos inseticidas para evitar a seleção de populações resistentes do inseto.

  • Respeito ao Vazio Sanitário: Manter a área livre de plantas de algodão (cultivadas ou tigueras) por um período mínimo, geralmente de 60 dias, é lei e fundamental para deixar a praga sem alimento e reduzir sua pressão populacional.

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