Inseticida Piretroide: O Guia Completo para Uso Correto e Seguro
Inseticida piretroide: Entenda como funcionam, a melhor maneira de utilizá-los e como prevenir a resistência de insetos a eles.
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A Bifentrina é um ingrediente ativo pertencente ao grupo químico dos piretroides, amplamente utilizado na agricultura brasileira para o manejo de pragas e ácaros. Trata-se de uma molécula sintética desenvolvida para mimetizar a estrutura e a ação das piretrinas naturais encontradas em flores de crisântemo, porém com modificações químicas que lhe conferem maior estabilidade à luz solar e persistência no ambiente, tornando-a viável para aplicações agrícolas extensivas.
No contexto agronômico, a Bifentrina destaca-se por sua versatilidade, atuando como inseticida, acaricida e, em alguns casos, formicida. Seu mecanismo de ação ocorre por contato e ingestão, interferindo diretamente no sistema nervoso dos insetos. A molécula atua modulando os canais de sódio nas membranas das células nervosas, provocando uma hiperexcitação que leva à paralisia e morte rápida da praga, efeito conhecido popularmente como “knockdown” ou ação de choque.
Devido ao seu amplo espectro de controle, a Bifentrina é uma ferramenta estratégica em diversas culturas de importância econômica no Brasil, como soja, milho, algodão e feijão. Ela é frequentemente posicionada para o controle de lagartas, percevejos, vaquinhas e ácaros. Além disso, devido às suas características físico-químicas, é uma das poucas moléculas do grupo dos piretroides com eficácia reconhecida também em aplicações de solo, auxiliando no controle de pragas subterrâneas ou que atacam o colo das plantas.
Ação de Choque (Knockdown): Possui uma ação rápida sobre o alvo, paralisando a praga pouco tempo após o contato ou ingestão, o que cessa rapidamente os danos à cultura.
Amplo Espectro de Ação: Diferencia-se de outros piretroides por sua eficácia dupla, atuando tanto contra insetos (lagartas, percevejos, besouros) quanto contra ácaros, otimizando o manejo em lavouras com infestações mistas.
Baixa Solubilidade e Mobilidade: A Bifentrina é pouco solúvel em água e tende a se ligar fortemente às partículas do solo e matéria orgânica. Isso a torna uma excelente opção para criar barreiras químicas no solo contra pragas subterrâneas, pois o produto não lixivia facilmente.
Lipofilicidade: A molécula tem alta afinidade com lipídios (gorduras), o que facilita sua penetração através da cutícula dos insetos e sua aderência à superfície cerosa das folhas, oferecendo boa resistência à lavagem pela chuva após a secagem.
Efeito Residual: Apresenta um período de controle residual considerado médio a longo, dependendo da formulação e das condições climáticas, protegendo a cultura por mais tempo comparado a piretroides de gerações anteriores.
Manejo de Resistência (MIP): Como todo piretroide, o uso repetitivo e isolado de Bifentrina pode selecionar populações de insetos resistentes. É fundamental rotacionar com produtos de outros grupos químicos e modos de ação para preservar a eficácia da molécula.
Toxicidade para Organismos Não-Alvo: A Bifentrina é altamente tóxica para abelhas e peixes. As aplicações devem ser evitadas em horários de forrageamento de polinizadores e deve-se ter extremo cuidado para evitar a deriva para corpos d’água.
Tecnologia de Aplicação: Por ser um produto que age principalmente por contato e não possui translocação sistêmica significativa na planta, a qualidade da cobertura na pulverização é crucial. O alvo deve ser atingido diretamente, exigindo atenção ao volume de calda e tipo de ponta.
Uso em Misturas: No manejo de percevejos em soja e milho, é comum o uso de Bifentrina em mistura com neonicotinoides para aumentar a eficácia do controle (efeito de choque + residual sistêmico), mas a compatibilidade física e química das caldas deve ser sempre verificada.
Aplicações no Solo: Devido à sua imobilidade no solo, quando utilizada para pragas como a larva-alfinete (Diabrotica speciosa) ou corós, a aplicação deve garantir que o produto fique posicionado exatamente onde a praga se encontra ou transita, geralmente no sulco de plantio ou na base da planta.
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