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O que é Boro E Zinco No Café

O manejo de Boro (B) e Zinco (Zn) no café refere-se às práticas agronômicas voltadas para o suprimento e correção desses dois micronutrientes essenciais, que são frequentemente os mais limitantes na cafeicultura brasileira. Embora as plantas demandem esses elementos em quantidades muito menores quando comparadas aos macronutrientes (como Nitrogênio e Potássio), a deficiência de qualquer um deles pode comprometer severamente a produtividade da lavoura, obedecendo à “Lei do Mínimo”. No Brasil, devido às características dos solos tropicais — geralmente ácidos e intemperizados — e ao uso intensivo de calagem, a disponibilidade natural desses elementos costuma ser baixa, exigindo intervenção técnica constante.

O Boro atua principalmente na formação da parede celular, na divisão celular e, crucialmente, na germinação do grão de pólen e crescimento do tubo polínico. Isso significa que ele é vital para o “pegamento” da florada e formação dos frutos. Já o Zinco é fundamental para a síntese de triptofano, um precursor do ácido indolacético (AIA), hormônio de crescimento vegetal. Ele regula o alongamento dos internódios e o tamanho das folhas. A falta conjunta ou isolada desses nutrientes resulta em plantas com crescimento atrofiado, má formação de ramos produtivos e baixa conversão de flores em frutos granados.

A gestão desses nutrientes envolve um equilíbrio delicado entre a aplicação via solo e via foliar, dependendo da mobilidade do elemento na planta e no solo. Enquanto o Boro é móvel no solo (sujeito à lixiviação) mas imóvel no floema da planta, o Zinco possui baixa mobilidade no solo e mobilidade intermediária a baixa na planta. Portanto, entender a dinâmica “Boro e Zinco no Café” é um pilar para garantir não apenas o volume de sacas por hectare, mas também a qualidade física dos grãos e a longevidade do cafezal.

Principais Características

  • Função Reprodutiva do Boro: O Boro é indispensável na fase de florescimento, influenciando diretamente a viabilidade do pólen e a fecundação da flor, o que determina a quantidade de “chumbinhos” que vingarão.

  • Regulação de Crescimento pelo Zinco: O Zinco atua na ativação enzimática e na produção de auxinas; sua carência leva ao encurtamento dos internódios e à redução da área foliar, limitando a capacidade fotossintética.

  • Sintomas Visuais de Deficiência: A falta de Boro causa a morte da gema apical, resultando em superbrotação (vassoura-de-bruxa) e folhas novas deformadas. A falta de Zinco provoca folhas pequenas, estreitas e lanceoladas, muitas vezes com clorose internerval.

  • Mobilidade Contrastante: O Boro é facilmente lixiviado pelas chuvas em solos arenosos, exigindo parcelamento via solo. O Zinco tende a ficar retido (adsorvido) no solo, especialmente em pH elevado, dificultando a absorção radicular.

  • Interação com a Calagem: A prática da calagem para corrigir a acidez do solo diminui a disponibilidade tanto de Boro quanto de Zinco, exigindo monitoramento redobrado após a aplicação de calcário.

Importante Saber

  • Diagnóstico Preciso: Não se deve confiar apenas na diagnose visual, pois os sintomas podem ser confundidos com outras anomalias ou pragas (como ácaros). A análise foliar e de solo é indispensável para determinar as doses corretas.

  • Estratégia de Aplicação: Devido à imobilidade do Boro no floema (ele não desce das folhas para as raízes), a correção via solo é a mais eficiente para garantir o desenvolvimento radicular, enquanto a via foliar atende a demanda momentânea dos órgãos aéreos.

  • Risco de Fitotoxidez: A margem entre a deficiência e a toxicidade do Boro é estreita. Aplicações excessivas podem causar queima das bordas das folhas (necrose) e queda prematura, prejudicando a planta tanto quanto a falta.

  • Momento Crítico: O suprimento deve estar adequado antes dos picos de demanda, que ocorrem principalmente nas fases de pré-florada e durante o enchimento de grãos, para evitar o abortamento floral e a formação de grãos chochos.

  • Fontes de Nutrientes: Existem diversas fontes no mercado, como ácido bórico, bórax e ulexita para Boro, e sulfato ou óxido de zinco para Zinco. A escolha deve considerar a solubilidade e a forma de aplicação (fertirrigação, solo ou foliar).

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