*Brachiaria Ruziziensis*: O Guia Completo de Manejo para Lavoura e Pecuária
Brachiaria ruziziensis: Saiba como fazer o melhor manejo para plantio direto ou pastagem e outras características dessa forrageira
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Ler o Guia Principal sobre Brachiaria Ruziziensis →A Brachiaria ruziziensis (ou simplesmente Ruziziensis) é uma gramínea forrageira de origem africana que assumiu um papel estratégico fundamental no agronegócio brasileiro, especialmente em sistemas de Integração Lavoura-Pecuária (ILP) e no Sistema de Plantio Direto (SPD). Diferente de outras espécies do gênero, como a B. brizantha ou B. decumbens, a Ruziziensis é amplamente valorizada não apenas pela alimentação animal, mas principalmente pela sua facilidade de manejo na entressafra de grãos, servindo como uma excelente produtora de palhada para a cultura subsequente.
No contexto prático das fazendas brasileiras, esta forrageira se destaca pela sua capacidade de cobrir o solo rapidamente e pela alta qualidade nutricional que oferece ao gado nas fases de recria e engorda. No entanto, seu grande diferencial agronômico reside na “fácil dessecação”. Para o produtor de soja e milho, isso significa que a Ruziziensis pode ser eliminada quimicamente com facilidade antes do plantio da safra principal, sem se tornar uma planta daninha de difícil controle ou competir agressivamente por recursos, o que a torna a escolha preferida para consórcios, especialmente na safrinha de milho.
Hábito de Crescimento Cespitoso: A planta cresce de forma ereta, formando touceiras, diferentemente de espécies que se alastram pelo solo (estoloníferas). Isso favorece a captação de luz e permite uma melhor convivência em consórcios, ocupando o espaço sem sufocar a cultura principal.
Alta Palatabilidade e Qualidade: É considerada uma das braquiárias de melhor aceitação pelo gado, apresentando folhas macias e alto valor nutritivo, o que resulta em ganho de peso eficiente para os animais durante o período seco ou na integração lavoura-pecuária.
Tolerância ao Sombreamento: Possui uma capacidade fisiológica notável de se desenvolver mesmo sob a copa de outras plantas, característica essencial para o sucesso do consórcio com o milho safrinha, onde a forrageira cresce nas entrelinhas sem prejudicar a produtividade do grão.
Exigência de Fertilidade: Ao contrário de braquiárias mais rústicas, a Ruziziensis é exigente quanto à qualidade do solo. Ela requer solos com boa saturação de bases (V% entre 50% e 60%) e não tolera acidez elevada, respondendo mal em terras pobres ou não corrigidas.
Facilidade de Dessecação: Uma de suas características operacionais mais importantes é a sensibilidade a herbicidas comuns, como o glifosato. Isso garante que o manejo pré-plantio da soja seja eficiente, evitando a rebrota indesejada que poderia competir com a lavoura comercial.
Alta Suscetibilidade à Cigarrinha: O principal ponto fraco da Ruziziensis é sua baixa resistência à cigarrinha-das-pastagens. Em regiões com histórico de alta infestação dessa praga, o uso exclusivo dessa forrageira pode ser arriscado, exigindo monitoramento constante e controle químico se necessário.
Sensibilidade Climática: A planta não tolera geadas ou frio intenso (para de crescer abaixo de 19°C) e não suporta solos encharcados. Portanto, seu plantio não é recomendado em áreas de baixada úmida ou em regiões do Sul do Brasil com invernos rigorosos.
Baixo Potencial como Planta Daninha: Devido ao seu baixo vigor de rebrota e sementes que não apresentam dormência prolongada no solo, a Ruziziensis dificilmente se torna um problema (invasora) para as culturas subsequentes, oferecendo segurança ao agricultor.
Janela de Plantio: Pode ser introduzida via sobressemeadura na soja (estádios R5 a R7) ou simultaneamente ao plantio do milho. O sucesso do estabelecimento depende da umidade do solo e da profundidade correta da semente, que deve ser suficiente para contato com a terra, mas não profunda demais.
Ciclagem de Nutrientes: Além de proteger o solo contra erosão, a palhada da Ruziziensis é eficiente na ciclagem de nutrientes, especialmente Potássio (K), deixando-os disponíveis na camada superficial do solo para a cultura seguinte após a decomposição da matéria orgânica.
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