Pragas do Café: Guia Completo de Identificação e Manejo
Pragas do café: entenda como as principais pragas são favorecidas, como prevenir, identificar e controlá-las corretamente.
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Ler o Guia Principal sobre Broca do Café →A broca-do-café (Hypothenemus hampei) é um pequeno besouro de origem africana, considerado uma das pragas mais destrutivas da cafeicultura no Brasil e no mundo. O inseto ataca diretamente os frutos do cafeeiro em diversos estágios de maturação, perfurando a região da coroa (disco) para depositar seus ovos no interior da semente. Sua natureza críptica — ou seja, o hábito de viver, alimentar-se e reproduzir-se protegido dentro do grão — torna seu manejo um desafio técnico constante, exigindo do produtor estratégias integradas que vão além da aplicação de defensivos.
No contexto do agronegócio brasileiro, o impacto econômico dessa praga é severo e multifacetado. O ataque da broca pode ocasionar perdas quantitativas, reduzindo em até 20% o peso dos grãos colhidos devido à destruição da massa interna da semente pelas larvas. Além disso, há uma depreciação qualitativa crítica: a presença de grãos brocados rebaixa a classificação do café (tipo), diminui seu valor de mercado e compromete a exportação, visto que o mercado internacional possui tolerância mínima para esse defeito, muitas vezes rejeitando lotes com índices superiores a 10% de infestação.
A sobrevivência da praga entre as safras ocorre, majoritariamente, nos frutos remanescentes na planta ou caídos no solo, conhecidos como “café de varrição”. Portanto, a dinâmica populacional da broca está intimamente ligada ao manejo da colheita e às condições climáticas. O controle eficiente depende rigorosamente da adoção do Manejo Integrado de Pragas (MIP), que preconiza o monitoramento constante para identificar o momento exato de vulnerabilidade do inseto, conhecido como período de trânsito, evitando aplicações calendarizadas e desnecessárias.
Morfologia e Dimorfismo: Trata-se de um besouro de coloração escura e tamanho minúsculo, onde apenas a fêmea (cerca de 1,7 mm) perfura o fruto e voa; o macho é menor, não voa e vive permanentemente dentro do fruto.
Ciclo Biológico Rápido: O ciclo completo (ovo, larva, pupa e adulto) ocorre inteiramente no interior do grão e dura entre 22 e 35 dias, permitindo várias gerações em uma mesma safra.
Período de Trânsito: Momento crítico em que as fêmeas abandonam os frutos antigos para colonizar novos frutos, geralmente ocorrendo entre 80 e 90 dias após a grande florada.
Natureza Críptica: A praga passa a maior parte da vida protegida dentro da semente, o que dificulta o alcance de inseticidas de contato e exige produtos com ação de ingestão ou sistêmica no momento certo.
Preferência Ambiental: A infestação é favorecida em lavouras adensadas, com pouca ventilação, sombreamento excessivo e alta umidade, condições que criam um microclima ideal para a reprodução.
Monitoramento é Decisivo: O controle químico só é eficiente se realizado no “período de trânsito”, quando a fêmea adulta está fora do fruto perfurando a casca; após a postura dos ovos, o controle torna-se praticamente ineficaz.
Danos Indiretos: Além da perda de peso, os furos deixados pela broca funcionam como porta de entrada para umidade e microrganismos (fungos e bactérias), que causam fermentações indesejadas e deterioram a qualidade da bebida.
Colheita Sanitária (Repasse): A medida preventiva mais eficaz é a retirada total dos frutos da lavoura (na planta e no chão) ao final da colheita, eliminando o abrigo e a fonte de alimento da praga para a safra seguinte.
Influência Climática: Invernos chuvosos e úmidos favorecem a sobrevivência da broca nos frutos remanescentes, enquanto períodos de seca intensa tendem a reduzir a população da praga devido à desidratação dos frutos.
Nível de Controle: No Manejo Integrado de Pragas (MIP), a decisão de aplicar defensivos deve basear-se na amostragem de talhões, agindo apenas quando a infestação atingir o nível de dano econômico (geralmente entre 3% a 5% de frutos brocados, dependendo da tecnologia da lavoura).
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