Brusone no Trigo: Identificação, Diferenças da Giberela e Controle
Brusone no trigo: entenda como o fungo se comporta e quais estratégias de manejo são recomendadas para evitar perdas
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Ler o Guia Principal sobre Brusone no Trigo →A brusone é uma das doenças fúngicas mais severas que afetam a triticultura brasileira, causada pelo fungo Pyricularia oryzae (também conhecido em sua fase sexuada como Magnaporthe oryzae). Identificada mundialmente pela primeira vez em lavouras do norte do Paraná na década de 1980, a doença se espalhou para outras regiões produtoras, como São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Ela ataca cereais de inverno, incluindo trigo, cevada e centeio, sendo particularmente agressiva em regiões onde o inverno apresenta temperaturas mais elevadas.
O impacto econômico da brusone é direto e significativo, pois a doença ataca preferencialmente a espiga do trigo durante o período reprodutivo. Estudos indicam que a infecção pode reduzir o peso da espiga em até 74%, comprometendo drasticamente a produtividade da lavoura. Além da perda quantitativa, a doença afeta a qualidade industrial dos grãos, resultando em produtos chochos, deformados e com baixo Peso do Hectolitro (PH), o que desvaloriza o preço de venda no mercado.
A ocorrência da brusone está intimamente ligada às condições climáticas. O fungo prospera em ambientes com temperaturas acima de 20°C e alta umidade relativa, necessitando de pelo menos 10 horas de molhamento foliar (por chuva ou orvalho) para infectar a planta. Por isso, anos de El Niño, caracterizados por maior volume de chuvas, exigem atenção redobrada dos produtores e técnicos para o manejo preventivo e controle da doença.
Sintomatologia na Espiga: O sintoma mais evidente é o branqueamento da espiga a partir do ponto de infecção na raque; a parte acima da lesão morre e fica branca, enquanto a base pode permanecer verde.
Lesões Foliares: Nas folhas, a doença causa manchas ovais ou elípticas, geralmente com o centro acinzentado e bordas mais escuras e definidas.
Agente Causador: O fungo Pyricularia oryzae é o responsável pela doença, possuindo alta capacidade de disseminação e variabilidade genética.
Condições Favoráveis: A doença depende de calor (temperaturas > 20°C) e umidade constante (molhamento foliar > 10h) para se desenvolver.
Fase Crítica: Embora possa ocorrer em qualquer estágio, é considerada uma doença de espiga, causando os maiores danos durante o espigamento e enchimento de grãos.
Diferenciação da Giberela: É crucial distinguir a brusone da giberela. Na brusone, o branqueamento é contínuo a partir do ponto de infecção; na giberela, as espiguetas brancas aparecem intercaladas com as verdes (salteadas).
Impacto no PH: A doença é devastadora para a qualidade do grão, reduzindo drasticamente o Peso do Hectolitro (PH), um dos principais indicadores de valor comercial do trigo.
Risco Regional: Regiões de trigo tropical ou subtropical (Cerrado, Norte do PR, SP) apresentam risco histórico maior devido às temperaturas mais altas durante o ciclo da cultura.
Monitoramento Climático: O acompanhamento das previsões meteorológicas é essencial, pois períodos chuvosos e quentes durante a fase reprodutiva são gatilhos para epidemias.
Diagnóstico Precoce: No início, as lesões podem ser pequenas manchas marrons sem centro definido, o que exige olhar técnico apurado para não confundir com outras manchas foliares.
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