8 Perguntas Essenciais sobre Defensivos Agrícolas para Fazer ao seu Consultor
Um bom uso de defensivos agrícolas resulta em bons resultados na sua lavoura. Saber qual herbicida, fungicida ou inseticidas usar é o começo para o sucesso de g
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A bula de defensivos agrícolas é o documento oficial, legal e obrigatório que acompanha qualquer produto fitossanitário comercializado no Brasil. Ela funciona como o manual de instruções definitivo e a certidão de nascimento do produto, contendo todas as informações técnicas, toxicológicas e ambientais aprovadas pelos órgãos reguladores competentes: o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).
No contexto prático do agronegócio, a bula é a principal ferramenta de consulta para garantir a eficácia agronômica e a segurança operacional. Ela traduz os anos de pesquisa e desenvolvimento da indústria química em diretrizes claras de uso. É nela que o produtor e o responsável técnico encontram a confirmação de que aquele produto é registrado para determinada cultura e alvo biológico (praga, doença ou planta daninha), evitando o uso off-label (fora da recomendação), que é ilegal e pode comprometer a lavoura e a comercialização da safra.
Além de orientar o manejo, a bula possui caráter jurídico. O receituário agronômico, emitido por engenheiros agrônomos ou técnicos habilitados, deve estar estritamente alinhado com as informações contidas neste documento. Ignorar as diretrizes da bula não apenas reduz a eficiência do controle fitossanitário, resultando em desperdício financeiro, mas também expõe a propriedade a riscos de contaminação ambiental, intoxicação de aplicadores e desenvolvimento de resistência de pragas aos princípios ativos.
Informações de Registro e Identificação: Contém o número de registro no MAPA, a composição química detalhada (ingrediente ativo e concentração), o tipo de formulação (ex: suspensão concentrada, grânulos dispersíveis) e o grupo químico ao qual o produto pertence.
Indicações de Uso (Grade Agronômica): Especifica claramente as culturas para as quais o produto é autorizado, os alvos biológicos controlados, as doses recomendadas (mínimas e máximas) e o volume de calda a ser aplicado por hectare.
Tecnologia de Aplicação: Detalha os parâmetros técnicos para a pulverização, como tipos de bicos recomendados, pressão de trabalho, tamanho de gotas e as condições climáticas ideais (temperatura, umidade e vento) para evitar deriva e evaporação.
Dados de Segurança e Toxicologia: Apresenta a classificação toxicológica (faixas coloridas na embalagem), os sintomas de alarme em caso de intoxicação, os primeiros socorros, os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) obrigatórios e o telefone de emergência da empresa.
Intervalos de Segurança: Define o Período de Carência (intervalo de segurança entre a última aplicação e a colheita) e o Período de Reentrada (tempo necessário para que pessoas possam entrar na área tratada sem EPIs).
Restrições e Limitações: Informa sobre incompatibilidades com outros produtos em misturas de tanque, riscos de fitotoxicidade para culturas sensíveis e restrições de uso em determinadas regiões ou épocas do ano.
Consulta Digital via Agrofit: Muitas vezes a bula física na embalagem pode ser de difícil leitura ou se deteriorar no campo. É fundamental utilizar o sistema Agrofit, do MAPA, para consultar a versão digital atualizada da bula antes de qualquer planejamento.
Rotação de Mecanismos de Ação: A bula informa o modo de ação do produto. Utilizar essa informação é crucial para planejar a rotação de defensivos com diferentes mecanismos, prática essencial no Manejo Integrado de Pragas (MIP) para evitar a seleção de organismos resistentes.
Responsabilidade Compartilhada: O uso em desacordo com a bula transfere a responsabilidade de eventuais falhas ou danos (como resíduos acima do limite permitido nos alimentos) inteiramente para o produtor e para o profissional que emitiu a receita, isentando a fabricante.
Logística Reversa: A bula contém orientações específicas sobre a lavagem (tríplice ou sob pressão) e a devolução das embalagens vazias, um processo obrigatório por lei no Brasil para garantir a destinação ambientalmente correta.
Momento da Aplicação: Respeitar o estádio fenológico da cultura e do alvo indicado na bula é determinante. Aplicar fora da janela recomendada (ex: em plantas daninhas muito desenvolvidas) é uma das principais causas de falha de controle.
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