O que é Bula Do Finale
A “Bula do Finale” refere-se ao documento técnico e legal oficial, aprovado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que rege o uso do herbicida comercialmente conhecido como Finale. Este produto tem como ingrediente ativo o glufosinato de amônio (glufosinate-ammonium) e é amplamente utilizado na agricultura brasileira como uma ferramenta estratégica no manejo de plantas daninhas. A bula não é apenas um manual de instruções, mas o instrumento que baliza o Receituário Agronômico, garantindo que a prescrição técnica esteja em conformidade com a legislação federal (Decreto 4.074/02) e as normas da ANVISA e do IBAMA.
No contexto agronômico, a consulta a esta bula é fundamental para entender as especificidades de um herbicida de contato, não seletivo (na maioria das aplicações convencionais) e que atua inibindo a síntese de glutamina nas plantas. Diferente de herbicidas sistêmicos que translocam por toda a planta, as recomendações contidas na bula do Finale enfatizam a necessidade de uma cobertura foliar eficiente. O documento detalha as dosagens permitidas para diferentes culturas, como soja, milho, algodão, café e citros, além de ser vital para o manejo de dessecação pré-colheita e controle de plantas daninhas resistentes a outros mecanismos de ação, como o glifosato.
A importância de acessar a versão mais atualizada da bula, preferencialmente via sistemas como o Agrofit ou compêndios online, reside na dinamicidade dos registros. Alterações nos intervalos de segurança (período de carência), restrições estaduais de uso, classificações toxicológicas e recomendações de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) ocorrem com frequência. Portanto, para o engenheiro agrônomo, a bula é a fonte primária para evitar erros de recomendação que podem resultar em fitotoxicidade, ineficiência no controle, contaminação ambiental ou infrações legais.
Principais Características
- Ingrediente Ativo e Grupo Químico: Detalha a concentração de glufosinato de amônio e sua classificação como inibidor da glutamina sintetase (Grupo H da HRAC), essencial para rotação de mecanismos de ação.
- Modalidade de Ação: Descreve o produto como um herbicida de contato com leve translocação, exigindo tecnologia de aplicação que garanta boa cobertura das folhas das plantas alvo.
- Espectro de Controle: Lista as plantas daninhas suscetíveis (folhas largas e estreitas), incluindo espécies de difícil controle como a Buva (Conyza spp.) e o Capim-amargoso (Digitaria insularis).
- Indicações de Uso: Especifica as culturas registradas, permitindo o uso em pós-emergência das plantas daninhas, na dessecação pré-plantio ou pré-colheita, e em culturas geneticamente modificadas tolerantes ao ativo.
- Intervalo de Segurança: Estipula o número exato de dias que deve ser respeitado entre a aplicação e a colheita para cada cultura, garantindo que os resíduos estejam dentro dos limites aceitáveis (LMR).
- Classificação Toxicológica e Ambiental: Apresenta as faixas de periculosidade para a saúde humana e o potencial de periculosidade ambiental, orientando o descarte de embalagens e cuidados no manuseio.
Importante Saber
- Tecnologia de Aplicação é Crítica: Por ser majoritariamente um produto de contato, a bula enfatiza o uso de pontas de pulverização e volumes de calda que proporcionem excelente cobertura foliar; falhas na cobertura resultam em rebrota das invasoras.
- Condições Climáticas: A eficiência do glufosinato de amônio é favorecida pela presença de luz solar e alta umidade relativa do ar; aplicações em dias nublados ou no final da tarde podem ter eficácia reduzida, conforme orientações técnicas.
- Risco de Deriva: Sendo um herbicida não seletivo para culturas convencionais, a deriva pode causar danos severos ou morte de lavouras vizinhas sensíveis, exigindo atenção redobrada às condições de vento descritas no documento.
- Manejo de Resistência: A bula é uma ferramenta para o planejamento de rotação de ativos; o uso repetitivo e isolado deve ser evitado para prevenir a seleção de biótipos resistentes ao glufosinato.
- Uso de EPIs: A leitura atenta da seção de precauções de saúde é obrigatória, pois define os equipamentos de proteção específicos para o preparo da calda e para a aplicação, visando a segurança do trabalhador rural.
- Verificação de Atualizações: Devido às constantes revisões regulatórias pelo MAPA e ANVISA, o profissional deve sempre consultar a versão digital mais recente da bula antes de emitir o receituário, evitando o uso de informações obsoletas impressas em embalagens antigas.