O que é Bula Soberan

A Bula Soberan refere-se ao documento oficial e legalmente exigido que acompanha o herbicida comercial conhecido como Soberan. Este documento contém todas as especificações técnicas, agronômicas e de segurança aprovadas pelos órgãos reguladores brasileiros (MAPA, ANVISA e IBAMA) para o uso deste defensivo agrícola. O produto em questão tem como ingrediente ativo o Tembotriona, pertencente ao grupo químico das tricetonas, e é amplamente utilizado na agricultura brasileira, destacando-se pela sua seletividade à cultura do milho e eficácia no controle de plantas daninhas em pós-emergência.

Para o engenheiro agrônomo e o produtor rural, a consulta à Bula Soberan é a etapa fundamental para a emissão do Receituário Agronômico e para o planejamento do manejo no campo. É neste documento que constam as doses registradas, o espectro de ação (quais plantas daninhas ele controla), as restrições de uso e os intervalos de segurança. Dada a complexidade do manejo de resistência de plantas daninhas no Brasil, compreender as diretrizes desta bula é essencial para posicionar o produto corretamente, garantindo que ele atue com máxima eficiência sem causar fitotoxicidade à cultura principal ou danos ao meio ambiente.

Principais Características

  • Ingrediente Ativo e Mecanismo de Ação: O produto baseia-se na molécula Tembotriona, que atua inibindo a enzima HPPD (4-hidroxifenil-piruvato-dioxigenase). Isso interfere na síntese de carotenoides, levando à destruição da clorofila pela luz solar.
  • Sintomatologia Visual: As plantas daninhas atingidas apresentam um sintoma característico de “albinismo” ou branqueamento progressivo das folhas, seguido de necrose e morte, o que facilita o monitoramento da eficácia no campo.
  • Espectro de Controle: A bula indica alta eficácia sobre uma ampla gama de plantas daninhas, tanto folhas largas (latifoliadas) quanto gramíneas (estreitas), sendo uma ferramenta importante para o manejo de espécies de difícil controle na cultura do milho.
  • Seletividade: O produto é altamente seletivo para a cultura do milho, permitindo aplicações em pós-emergência da cultura sem comprometer o seu desenvolvimento vegetativo ou produtivo, desde que seguidas as recomendações de estádio fenológico.
  • Formulação e Adjuvantes: A bula especifica a necessidade obrigatória do uso de adjuvantes (geralmente óleo vegetal metilado) para garantir a absorção e translocação do produto pela planta alvo, detalhando a proporção exata para a calda de pulverização.

Importante Saber

  • Manejo de Carryover (Residual): Um ponto crítico na Bula Soberan é a atenção ao efeito residual no solo. O documento estipula intervalos de segurança para a semeadura de culturas subsequentes sensíveis (como girassol, feijão ou algodão) para evitar danos por fitotoxicidade (carryover).
  • Estádio das Plantas Daninhas: Para obter a eficiência máxima prometida na bula, a aplicação deve ocorrer quando as plantas daninhas estiverem nos estádios iniciais de desenvolvimento. Aplicações em plantas muito desenvolvidas podem resultar em controle insatisfatório ou rebrota.
  • Associação com Outros Defensivos: A bula fornece diretrizes sobre a compatibilidade de mistura em tanque, sendo comum a associação com atrazina para ampliar o espectro de controle e auxiliar no manejo de resistência, prática que deve sempre respeitar a legislação local.
  • Condições Climáticas: O documento detalha as condições ideais de temperatura e umidade para a aplicação, bem como o período livre de chuvas necessário após a pulverização (geralmente algumas horas) para garantir que o produto seja absorvido e não lavado.
  • Intervalo de Segurança (Carência): É mandatório respeitar o intervalo de segurança descrito na bula, que é o tempo mínimo entre a última aplicação do produto e a colheita do milho, garantindo que os níveis de resíduos estejam dentro dos limites aceitáveis para consumo humano e animal.
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