Controle da Buva: O Guia Completo para Evitar Perdas na Lavoura
Buva: principais características, época de controle, como realizar o manejo e quais herbicidas utilizar para evitar prejuízos na lavoura
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A buva na soja refere-se à infestação de plantas daninhas do gênero Conyza (especialmente Conyza bonariensis, Conyza canadensis e Conyza sumatrensis) em lavouras de soja, representando um dos maiores desafios fitossanitários para a agricultura brasileira atual. Conhecida popularmente como voadeira, rabo-de-foguete ou arranha-gato, esta planta possui um alto potencial competitivo, disputando recursos essenciais como água, luz e nutrientes diretamente com a cultura da soja, o que pode resultar em perdas severas de produtividade se não manejada corretamente.
No contexto do agronegócio brasileiro, a preocupação com a buva se intensificou devido à evolução da resistência dessas plantas aos herbicidas, principalmente ao glifosato, amplamente utilizado no sistema de plantio direto e em cultivares de soja geneticamente modificada (RR). A buva germina preferencialmente nos períodos de outono e inverno, coincidindo com a entressafra, e se desenvolve rapidamente, tornando o controle químico complexo e exigindo estratégias de manejo integrado que vão além da aplicação única de defensivos.
Alta Prolificidade e Dispersão: Uma única planta de buva pode produzir até 200 mil sementes, que são extremamente leves e adaptadas para serem transportadas pelo vento a longas distâncias, facilitando a reinfestação de áreas limpas.
Germinação Fotoblástica Positiva: As sementes necessitam de luz para germinar, o que favorece seu desenvolvimento em solos descobertos ou com pouca palhada, sendo a temperatura ideal para germinação em torno de 20°C.
Ciclo Coincidente com a Entressafra: A emergência ocorre predominantemente entre junho e setembro, período de vazio sanitário ou entressafra no Brasil, permitindo que a planta se estabeleça antes do plantio da soja.
Resistência a Múltiplos Herbicidas: Populações de buva no Brasil já apresentam resistência comprovada a diversas moléculas, incluindo glifosato, clorimurom, paraquate, saflufenacil, diuron e 2,4-D.
Hospedeira de Pragas (Ponte Verde): A planta serve de abrigo e alimento para pragas importantes da soja, como o percevejo-marrom, ácaros e diversas lagartas, mantendo essas populações ativas na área durante a entressafra.
Momento Ideal de Controle: O manejo químico é significativamente mais eficaz quando as plantas de buva são jovens e pequenas. Plantas em estágios avançados de desenvolvimento tornam-se muito difíceis de controlar apenas com herbicidas.
Manejo de Resistência: Devido aos casos de resistência múltipla (a até 6 moléculas diferentes), o produtor não deve confiar em um único mecanismo de ação. A rotação de herbicidas e o uso de pré-emergentes são fundamentais.
Importância da Cobertura do Solo: Como a buva precisa de luz para germinar, a manutenção de uma boa cobertura de palhada no sistema de plantio direto atua como uma barreira física eficiente, suprimindo a emergência das sementes.
Risco de “Ponte Verde”: A presença de buva na área não afeta apenas a competição por recursos; ela pode antecipar a pressão de pragas na lavoura de soja recém-plantada, exigindo monitoramento constante antes mesmo da emergência da cultura.
Identificação das Espécies: Embora o manejo seja similar, diferenciar entre C. bonariensis, C. canadensis e C. sumatrensis pode auxiliar na compreensão da dinâmica da população local e na escolha das ferramentas de controle mais adequadas.
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