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O que é Calagem

A calagem é uma prática de manejo de solo fundamental na agricultura brasileira, consistindo na aplicação de materiais de caráter básico, predominantemente o calcário, para elevar o pH do solo e neutralizar a acidez. Como a maior parte dos solos tropicais no Brasil é naturalmente ácida e apresenta níveis elevados de alumínio tóxico, esta técnica atua como a base para a construção da fertilidade. Ao corrigir a acidez para uma faixa ideal (geralmente entre 5,5 e 6,5), a calagem cria um ambiente químico favorável que permite o desenvolvimento adequado do sistema radicular das culturas.

Além da correção do pH, a calagem desempenha um papel nutricional direto ao fornecer cálcio (Ca) e magnésio (Mg), macronutrientes vitais para a estrutura e fisiologia vegetal. O processo também aumenta a Capacidade de Troca Catiônica (CTC) e a Saturação por Bases (V%) do solo. Isso é crucial para a eficiência econômica da lavoura, pois em solos ácidos, elementos como o fósforo ficam fixados e indisponíveis; com a calagem correta, ocorre a “desfixação” desses nutrientes, otimizando o aproveitamento dos fertilizantes aplicados posteriormente.

A operação deve ser planejada com base em análise de solo criteriosa e pode ser executada de diferentes formas dependendo do sistema de cultivo. No sistema convencional, o calcário é incorporado ao solo por meio de aração e gradagem para reagir em profundidade. Já no Sistema de Plantio Direto (SPD), a aplicação é geralmente superficial, exigindo um manejo de longo prazo para que a correção desça gradualmente no perfil do solo ou o uso de calcário filler para reações mais rápidas.

Principais Características

  • Neutralização da Acidez: Eleva o pH do solo através da reação dos carbonatos com os íons de hidrogênio, eliminando a acidez ativa e potencial que prejudica as plantas.

  • Eliminação de Toxidez: Precipita o alumínio (Al) e o manganês (Mn) em excesso, elementos que são tóxicos para as raízes e impedem a absorção de água e nutrientes.

  • Fornecimento de Nutrientes: Atua como a principal fonte de Cálcio e Magnésio, variando a proporção conforme o tipo de calcário utilizado (Calcítico, Magnesiano ou Dolomítico).

  • Aumento da Disponibilidade de Fósforo: Reduz a fixação do fósforo pelos óxidos de ferro e alumínio, tornando este nutriente caro mais acessível às culturas.

  • Melhoria Biológica e Física: Estimula a atividade microbiana (bactérias e fungos) responsável pela decomposição da matéria orgânica e auxilia na estruturação do solo, favorecendo a aeração e infiltração de água.

Importante Saber

  • Análise de Solo é Obrigatória: A dose de calcário não deve ser estimada; ela deve ser calculada rigorosamente baseada na análise de solo (método de saturação por bases ou neutralização do Al e Ca+Mg) para evitar subdosagem ou supercalagem.

  • Qualidade do Corretivo (PRNT): O Poder Relativo de Neutralização Total (PRNT) indica a qualidade do calcário, combinando sua pureza química e a finura das partículas. Quanto maior o PRNT, mais rápida será a reação no solo.

  • Tempo de Reação: O calcário não age imediatamente. Recomenda-se a aplicação com antecedência mínima de 3 meses antes do plantio e a presença de umidade no solo é indispensável para que a reação química ocorra.

  • Escolha do Tipo de Calcário: A decisão entre calcário Calcítico (alto teor de Ca), Magnesiano (médio teor de Mg) ou Dolomítico (alto teor de Mg) deve visar o equilíbrio da relação Ca:Mg no solo, e não apenas a correção do pH.

  • Riscos da Supercalagem: A aplicação excessiva de calcário pode elevar demais o pH (alcalinidade), o que insolubiliza micronutrientes essenciais como zinco, ferro, manganês e cobre, causando deficiências nutricionais severas na lavoura.

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