Adubação de Milho para Grãos e Silagem: Um Guia Prático de Cálculo
Adubação de milho: veja como calcular e o que você precisa saber para altas produções em sua lavoura. Confira agora!
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O cálculo de adubação é um processo técnico agronômico utilizado para determinar a quantidade exata de nutrientes que deve ser fornecida ao solo para garantir o pleno desenvolvimento de uma cultura agrícola. No contexto do agronegócio brasileiro, essa prática não se baseia em estimativas empíricas ou “achismos”, mas sim em uma metodologia científica que cruza os dados da análise química do solo com as tabelas de recomendação oficiais de cada região (como as do Cerrado, Estado de São Paulo ou Sul do Brasil) e a exigência nutricional da planta. O objetivo central é equilibrar a oferta de nutrientes, suprindo o que o solo não consegue fornecer naturalmente para atingir uma determinada meta de produtividade.
Para realizar um cálculo eficiente, o agrônomo ou produtor deve considerar dois conceitos principais: a extração e a exportação de nutrientes. A extração refere-se à quantidade total que a planta absorve do solo para formar raízes, folhas, caules e frutos, enquanto a exportação é a parcela de nutrientes que sai da lavoura junto com a colheita (grãos ou massa verde). Por exemplo, na cultura do milho para silagem, a exportação é muito superior à do milho grão, pois a planta inteira é removida, exigindo uma reposição mais robusta. Já na soja, o potássio é o segundo nutriente mais exigido, sendo crucial repor o que é exportado nos grãos para evitar o empobrecimento do solo.
Além de definir a dose, o cálculo de adubação também envolve o planejamento da época de aplicação e a escolha da fonte do fertilizante. O processo geralmente se divide em adubação de correção (para elevar os níveis de fertilidade do solo antes do plantio, muitas vezes via calagem ou fosfatagem) e adubação de manutenção (para repor o que a cultura irá consumir). Um cálculo bem executado evita tanto a deficiência nutricional, que causa a “fome oculta” e perda de produtividade, quanto o excesso de adubo, que gera desperdício financeiro e possíveis desequilíbrios químicos no solo ou contaminação ambiental.
Base na Análise de Solo: O ponto de partida obrigatório é o laudo laboratorial que indica os teores atuais de macro e micronutrientes, pH e matéria orgânica, permitindo identificar a disponibilidade real do solo.
Metas de Produtividade: As recomendações variam conforme o teto produtivo esperado; quanto maior a expectativa de colheita (em sacas ou toneladas por hectare), maior será a dose de fertilizante calculada para suprir a demanda.
Regionalização das Tabelas: O cálculo utiliza manuais de adubação específicos para cada bioma ou estado brasileiro, respeitando as características dos diferentes tipos de solo (como os latossolos do Cerrado ou terras roxas do Sul).
Diferenciação por Finalidade: O cálculo muda drasticamente dependendo do objetivo da lavoura, como visto na diferença entre milho para grãos (menor exportação de nutrientes vegetativos) e milho para silagem (alta exportação de biomassa).
Ajuste de Formulações: Frequentemente, a recomendação teórica de NPK (Nitrogênio, Fósforo e Potássio) não existe pronta no mercado, exigindo cálculos de adaptação para usar fórmulas comerciais disponíveis ou misturas de fertilizantes simples.
Conversão de Unidades: É comum que as análises de solo e as tabelas de recomendação usem unidades diferentes (como cmolc/dm³ versus mmolc/dm³). A falta de conversão correta desses valores pode levar a erros graves de superdosagem ou subdosagem.
Fenologia e Parcelamento: O cálculo deve considerar o momento de maior absorção da planta. No milho, por exemplo, grande parte do Nitrogênio e Potássio é absorvida antes do pendoamento, exigindo que a adubação seja planejada para estar disponível nessas fases críticas (V6 a VT).
Fome Oculta: Um cálculo subestimado pode levar à fome oculta, onde a planta sofre deficiência nutricional e perde potencial produtivo sem apresentar sintomas visuais imediatos, como o amarelamento ou necrose foliar.
Correção Prévia (Calagem): Antes de calcular a adubação mineral, é essencial verificar a necessidade de calagem. Solos ácidos impedem a absorção eficiente dos fertilizantes, tornando o investimento em adubo ineficaz se o pH não for corrigido.
Lei do Mínimo: O rendimento da colheita é limitado pelo nutriente que estiver em menor disponibilidade no solo, mesmo que todos os outros estejam em abundância. Portanto, o cálculo deve buscar o equilíbrio nutricional completo, e não apenas focar nos macronutrientes primários.
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