Logística de Transportes no Agro: Guia Completo Sobre o Custo do Frete
Logística de transportes: Quanto deve valer seu frete, como ele afeta seu custo de produção e as dicas para diminuir seus impactos.
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O cálculo de frete no agronegócio é o processo metodológico utilizado para determinar o custo financeiro do transporte de cargas agrícolas, abrangendo desde o escoamento da produção (da lavoura aos armazéns, indústrias ou portos) até o recebimento de insumos na propriedade. No contexto brasileiro, onde a logística é predominantemente rodoviária e as distâncias são continentais, essa precificação não é uma simples multiplicação de distância por peso. Trata-se de uma composição complexa de custos fixos e variáveis que deve ser tratada como um componente estratégico do Custo de Produção da safra.
Para chegar ao valor final cobrado pelo transportador, o cálculo considera diversos fatores técnicos e regulatórios. A base fundamental envolve a relação entre a quilometragem a ser percorrida e o peso da carga (toneladas de grãos, por exemplo), mas a equação incorpora elementos cruciais de segurança e risco. O valor da mercadoria transportada influencia diretamente o custo do seguro e as taxas de gerenciamento de risco, protegendo o patrimônio contra acidentes e roubos, ocorrências infelizmente comuns nas rotas de escoamento.
Além disso, o cálculo de frete no Brasil deve observar a legislação vigente, especificamente a tabela de pisos mínimos de frete estabelecida pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Compreender a estrutura desse cálculo é vital para o produtor rural, pois a logística pode representar uma parcela significativa dos custos operacionais, impactando diretamente a rentabilidade final da lavoura. Um cálculo preciso permite melhor negociação e planejamento, evitando que a eficiência agronômica obtida no campo seja perdida na etapa de distribuição.
Composição Multipartida: O preço final não é único, mas a soma de cinco componentes principais: Frete Peso (custo base), Frete Valor (seguro da carga), GRIS (risco de roubo), Generalidades (taxas extras) e impostos/pedágios.
Frete Peso: É a base do cálculo, determinada pela distância entre a origem e o destino combinada com o peso total da carga. É o fator que cobre os custos operacionais diretos do veículo, como combustível e desgaste.
Frete Valor (Ad Valorem): Caracteriza-se como um seguro sobre a carga. É calculado com base no valor declarado na nota fiscal da mercadoria e na distância, cobrindo riscos de acidentes e avarias durante o trajeto.
Taxa de GRIS (Gerenciamento de Risco): Diferente do Frete Valor, o GRIS é uma porcentagem sobre o valor da nota fiscal destinada especificamente a cobrir os custos de prevenção e seguro contra roubo de carga, independentemente da distância percorrida.
Generalidades e Taxas Acessórias: Inclui cobranças por situações específicas que fogem ao padrão, como tempo excessivo de espera para carga/descarga (estadia), necessidade de equipamentos especiais ou entregas em locais de difícil acesso.
Influência da Infraestrutura: As condições das estradas (pavimentadas ou de terra) impactam o cálculo. Trechos com má conservação elevam os custos de manutenção do veículo e o tempo de viagem, encarecendo o frete.
Impacto no Custo de Produção: O frete deve ser contabilizado como um custo direto de produção e não apenas uma despesa de venda. Variações no preço do diesel ou na tabela da ANTT alteram o ponto de equilíbrio financeiro da safra.
Sazonalidade e Oferta: Durante o pico da colheita, a alta demanda por caminhões tende a elevar os preços do frete. O planejamento logístico antecipado ou o uso de armazenagem própria podem mitigar esses custos.
Regulamentação da ANTT: É obrigatório respeitar os pisos mínimos de frete estabelecidos pela ANTT. O descumprimento pode gerar multas tanto para o transportador quanto para o contratante do serviço (o produtor).
Peso da Nota Fiscal: Como o GRIS e o Frete Valor são calculados sobre o valor da mercadoria, commodities com preços em alta no mercado internacional terão, consequentemente, um custo de frete nominalmente maior devido ao seguro.
Logística de Retorno: Em algumas negociações, é possível otimizar custos se houver planejamento para o “frete de retorno”, aproveitando o fluxo de caminhões que trazem insumos para levar a produção, ou vice-versa, reduzindo a ociosidade.
Custos de Estadia: O tempo que o caminhão fica parado aguardando para carregar na fazenda ou descarregar no porto gera custos de estadia (previstos na Lei do Caminhoneiro). A eficiência operacional no pátio é essencial para evitar essas cobranças adicionais.
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