Perdas na Colheita de Milho: Como Calcular e Reduzir o Prejuízo na Lavoura
Você sabe quanto tem de perda tem sua colheita? Veja quais os tipos mais comuns, como evitá-las e faça o cálculo de perdas na colheita de milho. Confira!
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O cálculo de perdas na colheita consiste em uma metodologia agronômica fundamental para quantificar o volume de grãos ou produtos agrícolas que deixam de ser recolhidos durante a operação de colheita, permanecendo no campo. No contexto do agronegócio brasileiro, onde as margens de lucro são frequentemente estreitas devido aos altos custos de produção, esta prática serve como um indicador direto da eficiência operacional. O processo envolve a delimitação de áreas amostrais no talhão (geralmente utilizando armações de madeira ou metal com medidas padronizadas, como 1m² ou 2m²) para a coleta, contagem ou pesagem dos grãos caídos no solo.
Esta avaliação técnica permite distinguir a origem do desperdício, classificando-o em perdas pré-colheita (naturais ou causadas por intempéries e pragas) e perdas na colheita propriamente dita (ocasionadas pela mecanização). As perdas mecânicas são subdivididas entre aquelas que ocorrem na plataforma de corte e as que acontecem nos mecanismos internos da colhedora (trilha, separação e limpeza). O objetivo final não é apenas gerar um número estatístico, mas fornecer dados imediatos para que o operador ou o gestor da fazenda possa realizar ajustes na máquina em tempo real, minimizando o prejuízo.
A realização periódica deste cálculo é vital para a sustentabilidade econômica da lavoura. Estima-se que, sem o monitoramento adequado, as perdas podem atingir percentuais significativos (como 7% a 8% em culturas como o milho), o que representa o descarte de todo o investimento feito em sementes, fertilizantes e defensivos naquela fração da área. Portanto, o cálculo de perdas é uma ferramenta de gestão que transforma a percepção visual de “grãos no chão” em dados concretos de sacas por hectare, permitindo a tomada de decisão baseada em fatos.
Metodologia de Amostragem: Utiliza-se o método do “copo medidor” ou armações de área conhecida (ex: 1m² ou largura da plataforma) para coletar os grãos perdidos, extrapolando posteriormente o resultado para calcular o volume perdido por hectare.
Segregação de Perdas: O cálculo diferencia claramente as perdas naturais (que ocorrem antes da entrada da máquina) das perdas mecânicas, permitindo identificar se o problema é ambiental, genético ou operacional.
Análise da Máquina: Na avaliação mecânica, a metodologia separa as perdas da plataforma (corte e alimentação) das perdas internas (trilha, separação e limpeza), indicando exatamente qual sistema da colhedora precisa de regulagem.
Parâmetros de Tolerância: O cálculo é sempre comparado a níveis de tolerância aceitáveis para cada cultura (ex: até 1 saca/ha para soja ou 1,5 saca/ha para milho), servindo como um “termômetro” da qualidade da colheita.
Monitoramento Contínuo: Não é uma característica estática; o cálculo deve ser repetido ao longo do dia, pois as condições de temperatura e umidade dos grãos mudam, exigindo novas regulagens.
Velocidade de Operação: A velocidade de deslocamento da colhedora é um dos fatores que mais influenciam o resultado do cálculo; velocidades acima da capacidade de processamento da máquina aumentam drasticamente as perdas, especialmente na plataforma e no sistema de separação.
Regulagem Específica: Cada componente da máquina (velocidade do molinete, abertura do côncavo, rotação do cilindro e ventilação) impacta o cálculo de forma diferente; saber interpretar onde o grão foi encontrado ajuda a ajustar o componente correto.
Umidade dos Grãos: O teor de água no grão afeta a facilidade de debulha e a suscetibilidade a danos mecânicos; colher com a umidade inadequada sem ajustar a máquina resultará em perdas elevadas detectadas no cálculo.
Capacitação do Operador: Mesmo com máquinas modernas e automatizadas, a sensibilidade e o conhecimento do operador são cruciais para interpretar os dados do cálculo de perdas e realizar os ajustes finos necessários durante a operação.
Impacto Financeiro Direto: Cada saca perdida identificada pelo cálculo representa lucro líquido que deixa de entrar no caixa, visto que os custos de produção para aquela saca já foram totalmente pagos.
Variação por Cultivar: Diferentes híbridos ou variedades possuem características distintas (como inserção de espiga ou deiscência de vagens) que podem exigir parâmetros diferentes no cálculo e na regulagem da colhedora.
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