O que é Canola Planta
A canola (Brassica napus L. var. oleifera) é uma planta oleaginosa de inverno pertencente à família das Brassicáceas, a mesma do repolho, couve-flor e brócolis. Desenvolvida através do melhoramento genético da colza, a canola se diferencia por possuir baixos teores de ácido erúcico no óleo e de glucosinolatos no farelo, tornando-a apta e segura para o consumo humano e animal. No Brasil, seu cultivo concentra-se majoritariamente na região Sul, sendo uma excelente alternativa econômica para a entressafra das culturas de verão, como a soja e o milho.
Agronomicamente, a planta desempenha um papel fundamental no sistema de produção, especialmente no Plantio Direto. Devido ao seu sistema radicular agressivo e pivotante, a canola atua como um “arado biológico”, rompendo camadas compactadas do solo e melhorando a infiltração de água e a aeração para as culturas subsequentes. Além disso, a palhada remanescente contribui para a proteção do solo, embora sua decomposição seja mais rápida comparada à de gramíneas como o trigo ou a aveia.
A importância da canola no agronegócio brasileiro vai além da agronomia de campo; ela é uma matéria-prima estratégica para a produção de biodiesel e óleo comestível de alta qualidade, rico em ômega-3 e vitamina E. O farelo resultante da extração do óleo possui alto teor proteico, sendo um insumo valioso na formulação de rações para pecuária. Portanto, a cultura oferece ao produtor rural uma opção de diversificação de renda no inverno, com alta liquidez de mercado e benefícios diretos para a sustentabilidade do sistema produtivo.
Principais Características
- Sistema Radicular Pivotante: Possui uma raiz principal vigorosa e profunda que auxilia na descompactação do solo e na reciclagem de nutrientes lixiviados, beneficiando a cultura sucessora.
- Hábito de Crescimento e Floração: Apresenta crescimento indeterminado, o que significa que a planta pode ter botões florais, flores abertas e síliquas (frutos) em formação simultaneamente, exigindo manejo preciso na colheita.
- Fruto tipo Síliqua: Os grãos são produzidos em vagens chamadas síliquas, que possuem alta sensibilidade à deiscência (abertura espontânea) quando maduras, o que é um fator crítico para perdas na colheita.
- Ciclo de Desenvolvimento: No Brasil, o ciclo varia geralmente entre 110 a 140 dias, dependendo da cultivar e das condições climáticas, encaixando-se bem na janela de inverno antes da semeadura da soja.
- Teor de Óleo: Os grãos de canola possuem um alto teor de óleo, variando geralmente entre 40% e 46%, o que a torna uma das oleaginosas mais eficientes por hectare.
Importante Saber
- Benefícios na Rotação de Culturas: A inclusão da canola no sistema produtivo ajuda a quebrar o ciclo de doenças e pragas específicas de gramíneas e leguminosas, reduzindo a pressão de inóculos para as safras de verão.
- Ponto de Colheita Crítico: Devido à maturação desuniforme e à facilidade de abertura das síliquas, o monitoramento do ponto de colheita é essencial; muitas vezes utiliza-se a dessecação ou o corte-enleiramento para uniformizar a maturação e reduzir perdas.
- Sensibilidade a Herbicidas: A canola é muito sensível a resíduos de herbicidas utilizados em culturas anteriores (efeito carryover), especialmente os do grupo das sulfonilureias e imidazolinonas, exigindo planejamento do histórico da área.
- Exigência de Fertilidade: É uma cultura exigente em nutrientes, respondendo bem à adubação, especialmente nitrogênio e enxofre, sendo este último crucial para a síntese de óleo e proteínas.
- Manejo de Pragas: A traça-das-crucíferas (Plutella xylostella) é a principal praga da cultura e pode causar danos severos desde a fase vegetativa até a formação das síliquas, exigindo monitoramento constante.
- Zoneamento Agrícola: Embora seja uma cultura de inverno, a canola é sensível a geadas fortes durante a fase de florescimento e enchimento de grãos, devendo-se respeitar o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC) para a época de semeadura.