Módulo 2 - Aula 2: Resistência de Plantas Daninhas a Herbicidas
Aprenda a identificar e manejar a resistência de plantas daninhas a herbicidas, diferenciando-a da tolerância e conhecendo os principais biótipos resi...
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Temos um artigo detalhado e exclusivo sobre este assunto.
Ler o Guia Principal sobre Capim Amargoso →O capim-amargoso (Digitaria insularis) é uma gramínea perene e uma das plantas daninhas de maior complexidade de manejo na agricultura brasileira atual. Originária de regiões tropicais e subtropicais da América, a espécie adaptou-se vigorosamente aos sistemas de produção nacionais, tornando-se uma praga severa em lavouras de soja, milho, algodão e outras culturas de grãos. Sua presença é crítica devido à alta capacidade competitiva por recursos como água, luz e nutrientes, além de apresentar características biológicas que dificultam sua erradicação, como a formação de touceiras robustas.
Historicamente, o controle dessa invasora era facilitado pelo revolvimento do solo, mas com a consolidação do Sistema de Plantio Direto e o uso intensivo e repetitivo de herbicidas com o mesmo mecanismo de ação, houve uma forte pressão de seleção. Isso resultou na proliferação de biótipos resistentes, especialmente ao glifosato. Hoje, o capim-amargoso encontra-se disseminado em praticamente todas as regiões agrícolas do Brasil, exigindo do produtor estratégias integradas que vão além da aplicação única de defensivos, demandando planejamento antecipado e manejo rigoroso, principalmente na entressafra.
Ciclo perene e rizomatoso: Diferente de muitas daninhas anuais, o capim-amargoso vive por vários anos e forma rizomas (caules subterrâneos de reserva) a partir de 45 dias após a emergência, garantindo alta capacidade de rebrota.
Alta produção de sementes: Uma única planta pode produzir mais de 100 mil sementes por ciclo, que são extremamente leves, pilosas e facilmente dispersadas pelo vento a longas distâncias.
Metabolismo C4: Possui alta eficiência fotossintética, o que lhe permite crescer vigorosamente mesmo em condições de temperaturas elevadas e alta luminosidade, típicas do clima tropical brasileiro.
Formação de touceiras: Desenvolve-se em aglomerados densos que protegem as gemas de crescimento internas, dificultando a absorção e translocação de herbicidas para toda a planta.
Germinação flexível: Suas sementes podem germinar tanto na presença quanto na ausência de luz, embora a incidência luminosa favoreça o processo, e possuem dormência baixa, permitindo fluxos contínuos de emergência.
Resistência química: A espécie possui resistência consolidada ao glifosato na maior parte do Brasil e já apresenta casos de resistência a graminicidas (inibidores da ACCase), o que exige a rotação obrigatória de mecanismos de ação e uso de herbicidas pré-emergentes.
Janela de controle: A eficácia do controle químico é drasticamente reduzida conforme a planta cresce; o momento ideal para aplicação é quando a planta está jovem, com até 3 perfilhos e sem rizomas formados.
Manejo na entressafra: O período entre a colheita e o próximo plantio é crucial para o manejo, pois permite o uso de doses mais robustas e sequenciais para eliminar touceiras e garantir o “plantio no limpo”.
Impacto econômico: O controle de infestações avançadas de capim-amargoso resistente pode elevar os custos de produção em até 290%, devido à necessidade de mais aplicações e produtos mais caros.
Risco de rebrota: Aplicações em plantas adultas (touceiras) frequentemente resultam em “efeito guarda-chuva” ou queima apenas da parte aérea, permitindo que os rizomas rebrotem vigorosamente pouco tempo depois.
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