O que é Capim Brizantao

O Capim Brizantão, cujo nome científico atual é Urochloa brizantha (anteriormente classificado como Brachiaria brizantha), é a espécie forrageira mais difundida e importante para a pecuária brasileira. Originária da África, esta gramínea perene adaptou-se excepcionalmente bem às condições edafoclimáticas do Brasil, tornando-se sinônimo de pastagem produtiva no país, especialmente através da cultivar Marandu, que é popularmente chamada de “Brizantão”.

Além de ser a base da alimentação de grande parte do rebanho bovino nacional, o Capim Brizantão desempenha um papel fundamental na agricultura, especificamente no Sistema de Plantio Direto (SPD) e na Integração Lavoura-Pecuária (ILP). Devido à sua alta produção de biomassa e crescimento vigoroso, ele é amplamente utilizado para a formação de palhada, protegendo o solo, reciclando nutrientes e suprimindo o desenvolvimento de plantas daninhas em áreas de cultivo de grãos.

Sua introdução no mercado representou uma revolução tecnológica no campo, principalmente por oferecer resistência às cigarrinhas-das-pastagens, praga que dizimava pastagens de Brachiaria decumbens na década de 1980. Hoje, existem diversas cultivares de U. brizantha (como Marandu, Xaraés, Piatã e Paiaguás), cada uma com características específicas de manejo, mas todas compartilhando a robustez e a qualidade forrageira típicas da espécie.

Principais Características

  • Hábito de crescimento: Apresenta crescimento cespitoso, ou seja, forma touceiras eretas e vigorosas, diferindo das espécies que se alastram por estolões (como a B. humidicola).
  • Exigência em fertilidade: Requer solos de média a alta fertilidade para expressar seu potencial produtivo, sendo mais exigente que a Brachiaria decumbens, mas respondendo muito bem à adubação.
  • Sistema radicular: Possui raízes profundas e agressivas, o que confere boa tolerância à seca e auxilia na descompactação do solo, melhorando a infiltração de água.
  • Resistência a pragas: A espécie, notadamente a cultivar Marandu, apresenta resistência natural (antibiose) às cigarrinhas-das-pastagens típicas (Deois spp. e Notozulia spp.), embora possa ser suscetível à cigarrinha-da-cana (Mahanarva spp.).
  • Produção de forragem: Alta capacidade de produção de matéria seca, com boa relação folha/colmo quando bem manejada, oferecendo bom valor nutricional para engorda e recria.

Importante Saber

  • Síndrome da Morte Súbita: O Brizantão (especialmente o Marandu) possui baixa tolerância ao encharcamento do solo. Em áreas mal drenadas, a planta pode morrer rapidamente devido ao apodrecimento das raízes, fenômeno conhecido como “morte súbita”.
  • Manejo de altura: Para garantir a perenidade e qualidade, deve-se respeitar as alturas de entrada e saída dos animais. O superpastejo expõe o solo e degrada a pastagem, enquanto o subpastejo resulta em talos grossos e lignificados, reduzindo o consumo pelo gado.
  • Uso como cobertura: Na agricultura, a dessecação do Brizantão deve ser planejada com antecedência, pois suas touceiras densas podem dificultar o plantio da cultura subsequente se o manejo não for adequado.
  • Consorciação: É uma das melhores opções para o consórcio com milho safrinha (Sistema Santa Fé), pois consegue se estabelecer sob a sombra do milho e formar pasto ou palhada após a colheita do grão.
  • Fotossensibilização: Embora menos comum do que na B. decumbens, casos de fotossensibilização hepatógena podem ocorrer em animais jovens (bezerros e ovinos) se a pastagem for exclusiva e houver condições específicas de estresse da planta.
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