O que é Caruru Planta Daninha

O termo “Caruru” refere-se a um grupo de plantas daninhas pertencentes ao gênero Amaranthus, amplamente distribuídas em todas as regiões agrícolas do Brasil. Embora existam diversas espécies nativas e exóticas, as de maior importância econômica para o agronegócio brasileiro incluem o Caruru-gigante (Amaranthus retroflexus), o Caruru-roxo (Amaranthus hybridus) e, mais recentemente e de forma alarmante, o Caruru-palmeri (Amaranthus palmeri). Estas plantas são invasoras agressivas, competindo vigorosamente por água, luz e nutrientes com culturas comerciais como soja, milho, algodão e feijão.

No contexto agronômico atual, o caruru representa um dos maiores desafios fitossanitários devido à sua capacidade de desenvolver resistência a herbicidas. Historicamente, o controle era realizado com facilidade, mas a seleção de biótipos resistentes ao glifosato e aos inibidores da ALS (acetolactato sintase) tornou o manejo complexo e oneroso. A planta possui metabolismo C4, o que lhe confere alta eficiência fotossintética em condições de calor e luminosidade intensa, típicas do verão brasileiro, permitindo que ela cresça mais rápido que a maioria das culturas implantadas.

A presença do caruru na lavoura não afeta apenas a produtividade pela competição direta. A planta também atua como hospedeira alternativa para pragas e doenças, como nematoides e viroses, que podem migrar para a cultura principal. Além disso, sua grande produção de biomassa e caules fibrosos dificultam a colheita mecanizada, podendo causar embuchamento de máquinas e aumentar a umidade dos grãos colhidos, depreciando a qualidade do produto final.

Principais Características

  • Alta Prolificidade: Uma única planta de caruru pode produzir entre 100 mil a 500 mil sementes, garantindo a perpetuação da espécie no banco de sementes do solo por vários anos.
  • Germinação Escalonada: As sementes germinam em fluxos contínuos ao longo da safra, exigindo um período residual de controle prolongado, pois novas plantas emergem sempre que há disponibilidade de luz e umidade.
  • Crescimento Acelerado: Possui um desenvolvimento vegetativo extremamente rápido (podendo crescer até 3 a 4 cm por dia em condições ideais), o que reduz a janela de aplicação de herbicidas em pós-emergência.
  • Morfologia Variável: Geralmente apresenta caule ereto, podendo ser verde ou avermelhado, com folhas largas de formato ovalado ou romboidal. Diferente da corda-de-viola, não possui hábito trepador.
  • Sistema Radicular: Possui uma raiz pivotante profunda que lhe confere certa tolerância a períodos curtos de estresse hídrico, permitindo que sobreviva melhor que a cultura em veranicos.

Importante Saber

  • Identificação de Espécies: É crucial diferenciar as espécies, especialmente o Amaranthus palmeri, que é mais agressivo e difícil de controlar. O A. palmeri se distingue por ter o pecíolo (talo da folha) mais longo que a própria lâmina foliar e pela ausência de pelos no caule.
  • Manejo de Resistência: Devido aos múltiplos casos de resistência (glifosato, ALS e, em alguns casos, inibidores da PPO), é fundamental rotacionar os mecanismos de ação dos herbicidas e não depender de um único produto.
  • Uso de Pré-emergentes: O controle eficaz do caruru começa antes da emergência da cultura. O uso de herbicidas pré-emergentes é praticamente obrigatório em áreas infestadas para reduzir o banco de sementes e a pressão inicial.
  • Estágio de Controle: Para aplicações em pós-emergência, o controle deve ser feito quando a planta daninha está pequena (até 10 cm ou 4 folhas). Após esse estágio, a eficiência dos herbicidas cai drasticamente e o risco de rebrote aumenta.
  • Dispersão por Máquinas: A colhedora é o principal vetor de dispersão do caruru, especialmente do A. palmeri, entre talhões e fazendas. A limpeza rigorosa do maquinário é uma medida de biossegurança essencial.
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