Mancha Olho-de-Rã na Soja: Guia Completo de Identificação e Manejo
Mancha olho-de-rã: saiba o que causa a doença, quais são os sintomas, como ocorre a disseminação e quais as medidas de controle.
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A Cercospora sojina é o fungo fitopatogênico responsável pela doença conhecida como mancha olho-de-rã na cultura da soja. Este patógeno possui grande relevância histórica e econômica no agronegócio brasileiro, tendo sido identificado no país na década de 1970. Sua presença nas lavouras pode comprometer significativamente a produtividade, uma vez que o fungo ataca toda a parte aérea da planta, incluindo folhas, hastes, vagens e sementes, reduzindo a área fotossintética e afetando a formação dos grãos.
Uma das características mais desafiadoras deste fungo é a sua alta variabilidade genética. No Brasil, já foram identificadas mais de 25 raças fisiológicas diferentes de Cercospora sojina. Essa capacidade de mutação e adaptação exige um esforço constante dos programas de melhoramento genético para o desenvolvimento de cultivares resistentes, que constituem a principal linha de defesa contra a doença. Embora o uso de variedades resistentes tenha auxiliado no controle, a quebra de resistência e o surgimento de novas raças mantêm o patógeno como um ponto de atenção constante no manejo sanitário.
O ciclo da doença está intimamente ligado à disseminação por sementes infectadas e restos culturais, onde o fungo pode sobreviver. A infecção costuma ser mais visível a partir do florescimento, no estádio reprodutivo da soja. Quando não manejada corretamente, a ação da Cercospora sojina provoca desfolha prematura e lesões nas vagens, o que impacta diretamente o peso final e a qualidade sanitária dos grãos colhidos, resultando em prejuízos econômicos para o produtor.
Alta variabilidade genética: O fungo apresenta grande diversidade de raças (mais de 25 identificadas no Brasil), o que lhe confere capacidade de superar a resistência de certas cultivares ao longo do tempo.
Sintomatologia foliar específica: Nas folhas, provoca lesões arredondadas com centro castanho-claro (face superior) e coloração acinzentada na face inferior, indicando a esporulação do fungo.
Ataque sistêmico na parte aérea: Além das folhas, o patógeno infecta hastes e vagens; nas vagens, as lesões são circulares e deprimidas, podendo atingir diretamente o grão em formação.
Transmissibilidade via semente: A Cercospora sojina é um patógeno transmitido por sementes, que podem apresentar manchas pardas ou rachaduras no tegumento, servindo de inóculo inicial para novas áreas.
Preferência por tecidos jovens: Os sintomas iniciais tendem a aparecer primeiramente nas folhas mais novas da planta, evoluindo posteriormente para necrose e queda foliar.
Diagnóstico diferencial é essencial: Os sintomas da Cercospora sojina podem ser facilmente confundidos com fitotoxicidade causada por herbicidas ou outras doenças fúngicas; a análise laboratorial é recomendada em casos de dúvida.
Monitoramento no estádio reprodutivo: Embora possa ocorrer em qualquer fase, a doença se intensifica a partir do florescimento e enchimento de grãos, exigindo vistoria constante nesse período crítico.
Impacto na qualidade da semente: O uso de sementes salvas ou sem tratamento adequado pode reintroduzir a doença na lavoura, pois o fungo sobrevive no interior ou na superfície do grão.
Estratégia de cultivares resistentes: A escolha de variedades geneticamente resistentes é a ferramenta mais eficaz de controle, mas deve ser rotacionada e monitorada devido à variabilidade do fungo.
Condições favorecedoras: O desenvolvimento do fungo é favorecido por alta umidade e temperaturas amenas a quentes; anos chuvosos exigem maior rigor no controle preventivo.
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