Ferrugem Asiática da Soja: Guia Completo de Identificação e Manejo
A ferrugem asiática pode reduzir a produtividade da soja em até 90%. Aprenda a identificar os sintomas e aplicar o manejo correto para evitar prejuízos.
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Ler o Guia Principal sobre Ciclo da Ferrugem da Soja →O ciclo da ferrugem da soja refere-se ao processo biológico de desenvolvimento, reprodução e disseminação do fungo Phakopsora pachyrhizi, o agente causal da ferrugem asiática. Este ciclo é caracterizado pela sua extrema rapidez e agressividade, sendo capaz de se completar em um intervalo curto, entre 6 a 9 dias, sob condições climáticas favoráveis. O processo inicia-se com a deposição dos esporos (urediniósporos) sobre as folhas, transportados principalmente pelo vento, e evolui para a infecção, colonização do tecido vegetal e produção de novas estruturas reprodutivas (urédias), que liberam novos esporos para reiniciar o processo.
No contexto do agronegócio brasileiro, a compreensão deste ciclo é vital devido à alta capacidade destrutiva da doença, que pode ocasionar perdas de produtividade de até 90% se não manejada corretamente. O fungo é um parasita obrigatório, o que significa que ele necessita de tecido vivo para sobreviver e se multiplicar. Durante a safra, ele ataca a cultura da soja em qualquer estádio de desenvolvimento; na entressafra, o ciclo se mantém ativo através da chamada “ponte verde”, sobrevivendo em plantas voluntárias (tigueras) e em outros hospedeiros alternativos, como o feijão e diversas leguminosas.
A dinâmica do ciclo é fortemente influenciada pelo ambiente. A infecção depende diretamente da presença de água livre na superfície da folha (molhamento foliar) por um período mínimo de 6 horas e temperaturas amenas, variando idealmente entre 15°C e 25°C. Essas condições são comuns em muitas regiões produtoras do Brasil, especialmente em períodos chuvosos ou com intenso orvalho, o que exige do produtor um monitoramento constante e estratégias de manejo preventivo para interromper a evolução do patógeno antes que ele cause desfolha severa e comprometa o enchimento de grãos.
Agente Causal e Disseminação: A doença é causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, cujos esporos (urediniósporos) são leves e transportados pelo vento a longas distâncias, facilitando a contaminação entre lavouras vizinhas e regiões distintas.
Condições Climáticas Favoráveis: O desenvolvimento do ciclo exige molhamento foliar contínuo de no mínimo 6 horas e temperaturas entre 15°C e 25°C, sendo favorecido por chuvas bem distribuídas e alta umidade relativa do ar.
Velocidade do Ciclo: É considerado um ciclo policíclico e muito rápido, completando-se entre 6 a 9 dias em condições ideais, o que permite múltiplas gerações do fungo em uma mesma safra e um crescimento exponencial da doença.
Sintomatologia Específica: Os sintomas iniciais são pequenos pontos escuros na face superior da folha; na face inferior (abaxial), formam-se as urédias (pústulas) que, ao se romperem, liberam uma massa de esporos de coloração castanho-clara a alaranjada.
Sobrevivência na Entressafra: Por ser um parasita biotrófico (obrigatório), o fungo não sobrevive em restos culturais ou no solo; ele depende de plantas vivas, como a soja tiguera e hospedeiros alternativos (kudzu, corda-de-viola, etc.), para se manter viável entre as safras.
Monitoramento do Baixo para o Alto: A inspeção da lavoura deve priorizar o terço inferior das plantas, pois a doença geralmente inicia-se nas folhas mais baixas, onde o microclima é mais úmido, progredindo verticalmente para o topo do dossel.
Janela de Controle: Devido ao curto período de incubação e latência, quando os sintomas visíveis (pústulas) aparecem, a infecção já ocorreu dias antes; portanto, o controle preventivo é mais eficaz do que o curativo.
Manejo da Ponte Verde: A eliminação rigorosa de plantas tigueras e hospedeiras na entressafra é fundamental para quebrar o ciclo do fungo e reduzir a pressão de inóculo inicial para a safra seguinte.
Risco de Resistência: O uso repetitivo de fungicidas com o mesmo mecanismo de ação pode selecionar populações do fungo resistentes; a rotação de princípios ativos e o uso de multissítios são essenciais para a manutenção da eficiência do controle químico.
Impacto na Produtividade: A evolução do ciclo leva à necrose foliar e desfolha prematura, o que reduz drasticamente a área fotossintética da planta, impedindo o enchimento completo dos grãos e resultando em perdas econômicas severas.
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