O que é Ciclo Do Feijão

O ciclo do feijão refere-se ao período completo de desenvolvimento fisiológico da cultura do feijoeiro (Phaseolus vulgaris), abrangendo desde a germinação da semente até a maturação dos grãos e a colheita. No contexto do agronegócio brasileiro, esta cultura destaca-se por apresentar um ciclo curto, variando geralmente entre 70 e 110 dias, embora existam cultivares superprecoces que completam o desenvolvimento em menos de 65 dias. Essa característica de rapidez biológica torna o feijão uma opção versátil, permitindo até três safras anuais (águas, seca e inverno), mas também exige um manejo extremamente assertivo, pois a planta possui pouco tempo para recuperar-se de estresses.

Para fins de manejo agronômico, o ciclo é dividido em duas grandes fases: a Vegetativa (V), onde a planta foca no desenvolvimento de raízes e folhas para criar estrutura; e a Reprodutiva (R), momento em que a demanda energética aumenta drasticamente para a formação de flores e enchimento de vagens. Compreender a duração e as exigências de cada estádio fenológico é vital para o produtor rural, pois permite sincronizar as fases mais críticas da planta com as condições climáticas mais favoráveis de cada região produtora, otimizando o uso de insumos e maximizando a produtividade.

Principais Características

  • Duração e Classificação: O ciclo pode ser classificado conforme o tempo de maturação em superprecoce, precoce, médio e tardio, sendo a média geral situada entre 70 e 90 dias para a maioria das cultivares comerciais.

  • Hábito de Crescimento: O feijoeiro apresenta dois comportamentos distintos que influenciam o ciclo. No crescimento determinado (Tipo 1), a planta cessa o desenvolvimento vegetativo ao florescer. No crescimento indeterminado (Tipos 2, 3 e 4), a planta continua emitindo folhas e ramos mesmo após o início da floração.

  • Fases Fenológicas: A escala fenológica é segmentada em estádios “V” (germinação, emergência, folhas primárias e trifolioladas) e estádios “R” (pré-floração, floração, formação de vagens, enchimento de grãos e maturação).

  • Sistema Radicular: Possui raiz pivotante que pode alcançar até 1,1 metro de profundidade, embora a maior densidade e atividade de absorção de nutrientes concentrem-se nos primeiros 63 cm do solo.

  • Sazonalidade: A flexibilidade do ciclo permite o cultivo em três épocas distintas no Brasil: safra de verão (águas), segunda safra (safrinha/seca) e safra de inverno (irrigada), sendo esta última a que geralmente apresenta as maiores médias de produtividade.

Importante Saber

  • Sensibilidade ao Manejo: Devido ao ciclo curto, erros de manejo ou ataques de pragas e doenças na fase inicial (V0 a V4) têm impacto severo na produtividade final, pois a planta não dispõe de tempo hábil para compensar a perda de área foliar ou estande.

  • Planejamento Hídrico: A necessidade de água varia conforme o estádio. A cultura é sensível tanto ao déficit hídrico, especialmente na floração e enchimento de grãos, quanto ao excesso de chuva na colheita, o que exige planejamento rigoroso da época de plantio.

  • Uniformidade de Maturação: Em cultivares de crescimento indeterminado (especialmente as do tipo trepador), o ciclo pode se estender e a maturação dos grãos tornar-se desuniforme, o que pode dificultar o ponto ideal de colheita mecânica.

  • Transição Energética: A passagem da fase vegetativa para a reprodutiva altera o metabolismo da planta. Uma fase vegetativa robusta é pré-requisito obrigatório para sustentar a alta demanda de energia necessária para a produção de grãos.

  • Tratamento de Sementes: A proteção na fase V0 (germinação) é crítica. O uso de tratamento de sementes é essencial para evitar perdas por pragas de solo e fungos, garantindo o estabelecimento correto da população de plantas.

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