Plantação de Trigo: Guia Completo do Plantio à Alta Produtividade
Plantação de trigo: preparo do solo, condições ideais, escolha de cultivares e outros pontos importantes para alcançar altas produtividades.
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O ciclo fenológico do trigo compreende a sequência de estádios de desenvolvimento da planta, desde a germinação da semente até a maturação fisiológica e colheita dos grãos. No contexto da agronomia brasileira, o entendimento profundo dessas fases é determinante para o sucesso da lavoura, pois cada etapa possui exigências edafoclimáticas e nutricionais específicas. O ciclo é geralmente dividido em cinco etapas principais: germinação e crescimento da plântula, afilhamento (ou perfilhamento), alongamento, espigamento e maturação.
A duração total do ciclo e de cada fase intermediária pode variar significativamente dependendo da cultivar escolhida (ciclo precoce, médio ou tardio) e das condições ambientais, como temperatura, fotoperíodo e disponibilidade hídrica. No Brasil, onde o trigo é cultivado tanto em regiões de clima temperado no Sul quanto em áreas de Cerrado (irrigado ou sequeiro), o monitoramento fenológico permite ao produtor sincronizar as práticas de manejo — como adubação nitrogenada e aplicação de defensivos — com os momentos de maior demanda ou suscetibilidade da cultura.
Dominar o ciclo fenológico é vital para maximizar o potencial produtivo. Por exemplo, fases como o perfilhamento definem o número potencial de espigas, enquanto o espigamento e o enchimento de grãos são críticos para a definição do peso final da produção. Portanto, o conhecimento técnico sobre a fenologia do trigo não serve apenas para registro biológico, mas atua como uma ferramenta estratégica de tomada de decisão para garantir a eficiência agronômica e a rentabilidade da safra.
Fase de Germinação e Emergência: Ocorre rapidamente, geralmente entre 5 a 7 dias após o plantio, caracterizando-se pela absorção de água pela semente, emissão da radícula e surgimento das primeiras folhas acima do solo.
Capacidade de Perfilhamento: Uma característica distintiva do trigo é a emissão de perfilhos (brotos laterais) a partir da base do colmo principal durante a fase de afilhamento (aprox. 15 dias). Cada perfilho viável tem potencial para gerar uma espiga, impactando diretamente a produtividade.
Alongamento e Emborrachamento: Nesta etapa, que dura de 15 a 20 dias, a planta cresce verticalmente e define a folha bandeira (a última folha). O final desta fase é marcado pelo “emborrachamento”, quando a espiga começa a inchar dentro do colmo antes de emergir.
Espigamento e Floração: Período reprodutivo crítico (12 a 15 dias) que engloba a exposição da espiga, a polinização e o início da formação dos grãos. É o momento de definição do número de grãos por espiga.
Maturação Fisiológica: A fase final (30 a 40 dias) envolve o enchimento dos grãos, perda de água e senescência das folhas e colmos, culminando no ponto ideal de umidade para a colheita.
Definição da Adubação de Cobertura: A aplicação de nitrogênio deve ser planejada com base na fenologia, geralmente priorizando o final do perfilhamento e início do alongamento para potencializar o número de espigas e o tamanho dos grãos.
Proteção da Folha Bandeira: Durante o alongamento e espigamento, a sanidade da folha bandeira é crucial, pois ela é responsável pela maior parte da fotossíntese que enche os grãos. O monitoramento de doenças fúngicas deve ser intensificado neste período.
Sensibilidade Climática: A fase de espigamento e floração é a mais sensível a estresses ambientais. Geadas tardias (comuns no Sul) ou calor excessivo e seca (no Cerrado) nesta etapa podem causar esterilidade das espiguetas e perdas severas de produtividade.
Planejamento da Colheita: A colheita não deve ser realizada imediatamente após a maturação fisiológica, mas sim quando os grãos atingirem a umidade adequada para armazenamento, evitando perdas por quebra mecânica ou deterioração.
Escolha da Cultivar: A seleção da semente deve considerar o ciclo da cultivar em relação à janela de plantio da região, buscando evitar que as fases críticas (como o espigamento) coincidam com períodos de risco climático histórico.
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