Cigarra-do-Cafeeiro: Por que o Canto que Incomoda é um Alerta para sua Lavoura
Cigarra-do-cafeeiro: características da praga e as formas de manejo mais efetivas para sua lavoura. Confira agora!
1 artigo encontrado com a tag " Cigarra do Cafeeiro"
Temos um artigo detalhado e exclusivo sobre este assunto.
Ler o Guia Principal sobre Cigarra do Cafeeiro →A cigarra-do-cafeeiro refere-se a um grupo de insetos da ordem Hemiptera e família Cicadidae que se estabeleceram como uma das pragas mais insidiosas da cafeicultura brasileira. Embora o produtor rural perceba a presença desses insetos principalmente pelo canto estridente dos machos adultos durante os meses mais quentes, o verdadeiro desafio agronômico reside no subsolo. As principais espécies encontradas nos cafezais nacionais são a Quesada gigas, Fidicinoides sp. e Carineta sp., sendo a Quesada gigas a que demanda maior atenção devido ao seu porte robusto e à voracidade de suas formas jovens.
O ciclo de vida desta praga possui uma particularidade que define seu potencial destrutivo: a longa fase ninfal subterrânea. Após a eclosão dos ovos depositados nos ramos do cafeeiro, as ninfas descem ao solo e fixam-se nas raízes da planta. Nesta etapa, que pode durar de um a dois anos dependendo da espécie, o inseto insere seu aparelho bucal no sistema radicular para sugar a seiva elaborada — o nutriente vital produzido pelas folhas. Esse parasitismo contínuo e silencioso drena a energia da planta, comprometendo severamente o vigor vegetativo e a capacidade produtiva da lavoura.
No contexto do manejo agronômico, a cigarra-do-cafeeiro é frequentemente chamada de “praga silenciosa” até que os sintomas se tornem visíveis na parte aérea. O ataque debilita as raízes, reduzindo a capacidade de absorção de água e nutrientes, o que leva a sintomas que podem ser confundidos com deficiências nutricionais ou estresse hídrico severo. Portanto, compreender a biologia deste inseto é fundamental para que o produtor não trate apenas as consequências visíveis, mas combata a causa raiz do problema no momento correto.
Espécies de Ocorrência: As lavouras são atacadas principalmente por Quesada gigas, Fidicinoides sp. e Carineta sp., com a primeira sendo a causadora dos maiores prejuízos econômicos.
Hábito Subterrâneo: A fase de ninfa (forma jovem) ocorre inteiramente no solo, onde o inseto permanece fixado às raízes sugando a seiva elaborada.
Ciclo Longo: O desenvolvimento das ninfas no subsolo é prolongado, podendo estender-se por até dois anos, o que significa que o dano é cumulativo e persistente.
Sazonalidade dos Adultos: A emergência dos adultos para acasalamento, marcada pelo canto intenso, ocorre predominantemente entre os meses de agosto e outubro.
Exúvias: A presença de “cascas” presas aos troncos das árvores não são insetos mortos, mas sim o esqueleto externo deixado para trás durante a muda para a fase adulta.
Danos Radiculares: As ninfas possuem um aparelho bucal picador-sugador adaptado para extrair grandes volumes de seiva, causando necrose e morte de raízes finas e médias.
O Canto é um Alerta: O som emitido pelos machos não causa dano direto, mas sinaliza o período de acasalamento e a iminente postura de ovos, indicando que novas ninfas descerão ao solo em breve.
Sintomatologia Confusa: Os sintomas na planta (clorose marginal das folhas, queda de folhas e seca de ponteiros) aparecem tardiamente e podem ser confundidos com outras doenças ou falta de adubação.
Agravamento na Seca: O impacto da cigarra é potencializado em períodos de déficit hídrico, pois a planta, já com o sistema radicular comprometido pela praga, perde a capacidade de buscar água no solo.
Identificação no Solo: A confirmação do ataque pode ser feita observando orifícios circulares no solo próximos ao tronco, por onde as ninfas saíram para a última muda.
Mito da Explosão: É incorreto afirmar que as cigarras “cantam até estourar”; as estruturas encontradas nos troncos são apenas as exúvias resultantes do processo natural de metamorfose.
Foco do Manejo: As estratégias de controle devem visar as ninfas móveis no solo, preferencialmente logo após sua descida ou antes que causem danos irreversíveis às raízes, e não os adultos voadores.
Ajude outros produtores compartilhando este conteúdo sobre Cigarra do Cafeeiro