Ervilhaca: O Guia Completo para Cobertura de Solo no Outono-Inverno
Ervilhaca para cobertura do solo: melhores práticas para cultivo e os benefícios para a produção de grãos em sucessão
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A cobertura de solo com ervilhaca refere-se à utilização desta leguminosa anual de inverno como uma estratégia de manejo conservacionista, visando a proteção e o enriquecimento do solo durante o período de entressafra (outono-inverno). No contexto do agronegócio brasileiro, especialmente na Região Sul, essa prática é fundamental dentro do Sistema de Plantio Direto, servindo tanto como adubação verde quanto como planta de cobertura para proteger a terra contra processos erosivos causados por chuvas e ventos.
Além de sua função agronômica na recuperação de solos degradados e na melhoria da estrutura física do terreno, a ervilhaca desempenha um papel duplo ao poder ser utilizada também como forrageira de alta qualidade nutricional para a alimentação animal. A planta se destaca por sua capacidade de fixação biológica de nitrogênio, capturando este nutriente da atmosfera e incorporando-o ao sistema solo-planta, o que reduz a necessidade de fertilizantes sintéticos para as culturas subsequentes, como o milho e a soja.
A implementação desta cultura de cobertura cria uma camada de biomassa que auxilia na supressão de plantas daninhas e na manutenção da umidade do solo. Por possuir uma decomposição rápida devido à sua baixa relação Carbono/Nitrogênio, a ervilhaca libera nutrientes prontamente para a cultura sucessora, tornando-se uma ferramenta eficiente para o aumento da rentabilidade e sustentabilidade do sistema produtivo, desde que respeitadas as suas exigências edafoclimáticas.
Fixação Biológica de Nitrogênio: Como leguminosa, possui a capacidade natural de fixar nitrogênio atmosférico, disponibilizando-o no solo após a decomposição da biomassa, o que beneficia diretamente culturas exigentes neste nutriente, como o milho.
Ciclo e Adaptação Climática: É uma cultura típica de outono-inverno, apresentando boa resistência a geadas e ao frio, porém demonstra baixa tolerância a períodos de seca prolongada ou calor excessivo.
Decomposição Rápida: Diferente das gramíneas, a ervilhaca produz uma palhada que se decompõe rapidamente, acelerando a ciclagem de nutrientes, embora proteja o solo por um período menor se não consorciada.
Hábito de Crescimento: Apresenta hábito trepador e produz um volume considerável de massa verde, o que favorece o abafamento de plantas daninhas quando a cobertura é densa e uniforme.
Exigência de Solo: A cultura é exigente em fertilidade e não tolera solos ácidos ou com problemas de drenagem (encharcados), preferindo solos argilosos e bem corrigidos.
Janela de Semeadura: O plantio deve ser realizado preferencialmente entre março e junho; semeaduras tardias resultam em menor produção de biomassa vegetal e menor aporte de matéria orgânica ao sistema.
Benefícios do Consórcio: Para equilibrar a proteção do solo e a nutrição, recomenda-se o consórcio com gramíneas (como aveia ou centeio) ou nabo forrageiro, unindo a durabilidade da palhada das gramíneas com o nitrogênio da ervilhaca.
Sensibilidade Hídrica: O produtor deve evitar o plantio em áreas sujeitas a alagamentos ou solos compactados com má drenagem, pois a ervilhaca é altamente suscetível ao encharcamento, o que pode comprometer o estande de plantas.
Preparo para Sucessão: A cultura é ideal para anteceder o plantio de milho primeira safra, soja ou feijão, pois além de descompactar o solo com suas raízes, deixa um residual de fertilidade significativo.
Manejo de Plantio: A semeadura pode ser feita a lanço ou em linhas (espaçamento de 20 cm), com profundidade de 3 a 5 cm, exigindo uma densidade de sementes adequada (40 a 60 kg/ha) para garantir boa cobertura.
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