Coinoculação na Soja: O Guia Completo para Aumentar a Produtividade
Coinoculação: entenda o que é, quais são os benefícios, como realizar e os cuidados necessários nesse processo
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A coinoculação em soja é uma biotecnologia agrícola avançada que consiste na aplicação conjunta de dois gêneros distintos de microrganismos benéficos às sementes ou ao sulco de plantio. Diferente da inoculação tradicional, que utiliza apenas bactérias do gênero Bradyrhizobium para a Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN), esta técnica adiciona o Azospirillum brasilense, uma bactéria promotora de crescimento vegetal. O objetivo central é criar um efeito sinérgico onde os mecanismos de ação de cada microrganismo se complementam: enquanto o primeiro garante o suprimento de nitrogênio, o segundo atua na fisiologia do crescimento da planta.
No contexto do agronegócio brasileiro, essa prática tem se consolidado como uma ferramenta essencial para a sustentabilidade e rentabilidade da lavoura. As bactérias Bradyrhizobium (especies japonicum e elkanii) capturam o nitrogênio atmosférico e o transformam em amônia, nutrindo a planta. Simultaneamente, o Azospirillum estimula a produção de fitormônios, como auxinas, que resultam em um sistema radicular mais robusto, ramificado e profundo. Essa combinação permite que a cultura expresse melhor seu potencial genético, mesmo em solos tropicais desafiadores.
A adoção da coinoculação oferece vantagens práticas significativas, indo além da simples nutrição. Com raízes mais desenvolvidas, a planta consegue explorar um volume maior de solo, aumentando a eficiência na absorção de água e outros nutrientes móveis e imóveis. Isso confere à lavoura uma maior resiliência frente a adversidades climáticas, como veranicos, e otimiza o aproveitamento dos fertilizantes aplicados, resultando em um manejo mais eficiente e com menor impacto ambiental.
Sinergismo Microbiano: Combina a alta eficiência da FBN proporcionada pelo Bradyrhizobium com a promoção de crescimento induzida pelo Azospirillum, potencializando os resultados agronômicos.
Estímulo Radicular Intenso: A produção de fitormônios pelo Azospirillum induz o crescimento de raízes secundárias e pelos radiculares, aumentando a área de contato da planta com o solo.
Nodulação Otimizada: A presença das bactérias promotoras de crescimento favorece uma nodulação mais rápida e abundante, antecipando o início da fixação de nitrogênio.
Solubilização de Nutrientes: Além do efeito hormonal, o Azospirillum auxilia na solubilização de fosfato e outros nutrientes, tornando-os disponíveis para absorção pela planta.
Versatilidade de Aplicação: A tecnologia está disponível em formulações líquidas e turfosas, podendo ser aplicada diretamente no tratamento de sementes ou via sulco de semeadura.
Não Substitui a Inoculação Básica: A coinoculação é uma técnica aditiva; a presença do Bradyrhizobium continua sendo obrigatória para garantir o suprimento de nitrogênio, não devendo ser substituído apenas pelo Azospirillum.
Cuidados com Tratamento Químico: A compatibilidade com fungicidas, inseticidas e micronutrientes (como cobalto e molibdênio) deve ser rigorosamente verificada, pois produtos incompatíveis podem matar as bactérias e anular os benefícios.
Tolerância à Seca: Plantas coinoculadas tendem a suportar melhor períodos de estresse hídrico moderado devido ao sistema radicular mais profundo, mas a técnica não imuniza a lavoura contra secas severas.
Armazenamento e Manuseio: Por se tratar de organismos vivos, os inoculantes exigem transporte e armazenamento em locais frescos, arejados e protegidos do sol para manter a viabilidade bacteriana até o momento do uso.
Reinoculação Anual: Para garantir a máxima eficiência, recomenda-se realizar a coinoculação em todas as safras, assegurando uma população bacteriana alta e ativa próxima às raízes em desenvolvimento.
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