O que é Colhedora De Algodão

A colhedora de algodão é um equipamento agrícola de alta complexidade e tecnologia, fundamental para a viabilidade econômica da cotonicultura em larga escala, característica marcante do agronegócio brasileiro. Sua função principal é extrair o algodão em caroço (fibra e sementes) das plantas maduras, substituindo a colheita manual que, embora preserve a qualidade, tornou-se inviável em grandes extensões devido ao custo e à escassez de mão de obra. A eficiência desta máquina é determinante não apenas para a velocidade da operação, mas principalmente para a preservação das características intrínsecas da fibra, impactando diretamente a classificação comercial e a rentabilidade do produtor.

No Brasil, a mecanização da colheita exige um planejamento agronômico rigoroso, visto que o algodoeiro possui hábito de crescimento indeterminado. Isso significa que a máquina deve operar em um momento onde a cultura foi devidamente manejada com reguladores de crescimento e desfolhantes para uniformizar a maturação. A escolha e a regulagem correta da colhedora são vitais para minimizar dois tipos de perdas: as quantitativas (algodão deixado no campo ou derrubado no solo) e as qualitativas (danos à fibra, contaminação por impurezas ou umidade excessiva), garantindo que o produto final atenda às exigências da indústria têxtil.

Principais Características

  • Sistema Picker (Fusos): É o mecanismo mais comum em lavouras de alta tecnologia. Utiliza fusos cônicos rotativos que extraem o algodão apenas dos capulhos abertos, preservando a estrutura da planta. Este sistema resulta em uma colheita mais limpa, com menor índice de impurezas vegetais, garantindo melhor classificação da fibra.

  • Sistema Stripper (Pente): Utiliza um conjunto de dedos, molinetes e caracóis para “arrancar” os capulhos. É um sistema mais agressivo que coleta mais impurezas (galhos, folhas), exigindo maior esforço de limpeza posterior. É frequentemente utilizado em cultivos com espaçamento adensado e apresenta menores perdas de produto no campo.

  • Sistemas de Limpeza Interna: Independentemente do tipo (Picker ou Stripper), as colhedoras modernas possuem sistemas de pré-limpeza que utilizam jatos de ar e separadores para remover parte das impurezas antes que o algodão seja armazenado no cesto ou enfardado.

  • Capacidade de Armazenamento e Enfardamento: As máquinas atuais evoluíram para não apenas colher, mas também compactar o algodão em fardos cilíndricos ou retangulares protegidos por filmes plásticos, otimizando a logística de transporte e reduzindo perdas pós-colheita.

  • Adaptabilidade de Espaçamento: Existem configurações específicas para diferentes sistemas de plantio, desde o espaçamento convencional (mais largo) até o adensado, permitindo que o produtor escolha o equipamento adequado ao seu arranjo espacial de plantas.

Importante Saber

  • Regulagem e Velocidade: A calibração incorreta da máquina e a velocidade de operação inadequada são as principais causas de perdas quantitativas. É essencial monitorar constantemente se a máquina está deixando capulhos na planta ou derrubando-os no solo.

  • Umidade da Fibra: A colheita não deve ser realizada com excesso de umidade (seja por orvalho ou chuvas recentes). A umidade elevada durante a colheita e o enfardamento compromete a qualidade da fibra, podendo causar manchas e deterioração durante o armazenamento.

  • Manejo de Plantas Daninhas: A presença de plantas daninhas na lavoura no momento da colheita é crítica. Além de embuchar a máquina, as invasoras contaminam o algodão com sementes e massa verde, o que deprecia severamente o valor comercial do produto (perda qualitativa).

  • Uso de Defoliantes: Para o sucesso da colheita mecanizada, a aplicação correta de desfolhantes e maturadores é obrigatória. A máquina precisa encontrar a lavoura sem folhas verdes para evitar que a clorofila manche as fibras durante o processo de extração e prensagem.

  • Custo-Benefício dos Sistemas: A escolha entre Picker e Stripper deve considerar o destino da produção e o investimento disponível. O sistema Picker tem custo de aquisição e manutenção mais alto, mas entrega um produto de maior valor agregado; o Stripper é mais barato e eficiente em recolhimento total, mas exige mais do beneficiamento para limpeza.

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